The Tuba Thieves (2024) - Crítica


 No documentário “The Tuba Thieves”, as legendas não são meras transcrições, mas sim uma poesia de sons. Elas dão vida a ruídos cotidianos, transformando o barulho das ondas em uma “corrida e queda” e o som de um esfregão em um “batido distante no chão”. Mesmo o silêncio é narrado, com frases como “o ar circula” para preencher os espaços sem som.

Alison O’Daniel, a diretora surda que também é uma artista visual renomada, cria uma experiência cinematográfica que vai além da audição. Suas legendas são uma ponte entre o som e o toque, desafiando o público ouvinte a experimentar o filme de maneira diferente, a se perder em sua comunicação não-verbal e a tentar entender os sons como alguém com deficiência auditiva poderia percebê-los.

“The Tuba Thieves” convida o espectador a se entregar ao seu fluxo tranquilo, quase sem diálogos falados. Aqueles em busca de respostas para os mistérios dos roubos de tuba ou o destino de Nyke podem se sentir frustrados, pois o filme não se detém em nenhum personagem o suficiente para criar uma conexão profunda.

O’Daniel foca mais no som como um elemento que pode confundir e distorcer o significado do que como um agente unificador. Isso pode ser um desafio para quem está acostumado a interpretar narrativas através da combinação de som e imagem. No entanto, para quem está disposto a se desorientar, “The Tuba Thieves” oferece uma experiência única, quebrando as convenções de como ouvimos e entendemos o mundo, inspirado pelas vivências de pessoas que interagem com o som de maneira distinta e profundamente rica.

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