As We Speak: Rap Music on Trial (2024) - Crítica

 

As We Speak: Um Documentário Repetitivo, Mas Revelador, Sobre Letras de Rap como Evidência



Em 1989, o diretor Spike Lee enfrentou críticas de que seu filme "Faça a Coisa Certa" incitaria a revolta negra. O crítico Roger Ebert retrucou, dizendo que tais críticas revelavam mais sobre seus autores do que sobre o filme. As We Speak, o documentário de estreia de JM Harper, explora um tema semelhante: a guerra legal contra as letras de rap, particularmente quando usadas como evidência em tribunais.



Kemba, um rapper talentoso, serve como guia neste documentário. Ele nos leva a uma jornada pelas paisagens do hip-hop, desde o Bronx até Londres, conversando com outros rappers e especialistas jurídicos sobre a questão das letras como prova.

O documentário destaca como essa prática pode ser prejudicial, levando a condenações injustas e silenciando a expressão artística. Kemba e outros rappers argumentam que as letras de rap são frequentemente autobiográficas e não devem ser interpretadas literalmente.

No entanto, As We Speak também tem suas falhas. O foco repetitivo na tese central do documentário impede que ele explore tópicos mais complexos, como a relação entre autenticidade e performance no rap. A análise dos desafios legais também é superficial, deixando o espectador com mais perguntas do que respostas.

Apesar de suas falhas, As We Speak é um documentário importante que levanta questões cruciais sobre a liberdade de expressão e o racismo sistêmico na justiça criminal. É um filme revelador, especialmente para aqueles que não estão familiarizados com a questão das letras de rap como prova.

Pontos fortes:

  • Aborda um tema importante e urgente.
  • Apresenta entrevistas com rappers e especialistas relevantes.
  • Destaca o impacto prejudicial da criminalização das letras de rap.

Pontos fracos:

  • Repete a mesma mensagem várias vezes.
  • Não explora tópicos complexos com suficiente profundidade.
  • A análise dos desafios legais é superficial.

As We Speak é um documentário importante, mas falho. É um bom ponto de partida para discutir a questão das letras de rap como prova, mas é necessário mais pesquisa e análise para compreender fully as implicações dessa prática.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem