The Zone of Interest (2023) - Crítica

 O filme "A Zona de Interesse", dirigido por Agnieszka Holland, é um retrato inquietante da vida cotidiana da família do comandante de Auschwitz, Rudolf Höss.

O filme é filmado em uma casa construída especificamente para a produção, a apenas 200 metros da casa original da família Höss. Essa localização cria uma sensação de imersão que permite ao público observar os Höss em sua vida cotidiana.

No início do filme, a vida na casa dos Höss parece relativamente normal. A esposa de Höss, Hedwig, é uma dona de casa dedicada que cuida de seus quatro filhos. Höss é um homem de negócios ocupado que viaja frequentemente. No entanto, à medida que o filme avança, detalhes perturbadores começam a surgir.

Hedwig usa um casaco de pele que ela sabe ter sido roubado de uma prisioneira de Auschwitz. Um dos filhos de Höss brinca com uma coleção de dentes de ouro que foram extraídos de prisioneiros mortos. As amigas de Hedwig riem sobre ter encontrado diamantes escondidos em pastas de dente.

Esses detalhes servem para ilustrar a banalidade do mal. Os Höss não são monstros. Eles são simplesmente pessoas que foram doutrinadas a acreditar que os judeus eram inferiores e que mereciam morrer. Eles são indiferentes ao sofrimento dos outros porque acreditam que os outros não são dignos de compaixão.

"A Zona de Interesse" é um filme importante porque nos lembra que o mal não é sempre óbvio. Ele pode se esconder sob a aparência de normalidade. O filme também nos lembra que a intolerância, a auto-ilusão, o medo e o egoísmo podem levar a atrocidades horríveis.

O filme é difícil de assistir, mas é essencial. Ele nos ajuda a entender como o mal pode se manifestar no mundo real.

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