American Fiction: uma sátira oportuna sobre o mercado editorial
O filme American Fiction, dirigido e escrito por Cord Jefferson, é uma sátira oportuna sobre o mercado editorial e o racismo institucional. O filme é baseado no romance de 2001 Erasure, de Percival Everett, e conta a história de Monk, um romancista negro sério que é aclamado pela crítica, mas não tem sucesso comercial.
No início do filme, Monk está frustrado porque seu agente está tendo problemas para colocar seu novo livro em uma editora. Ele fica ainda mais irritado ao ver outros romancistas negros ascenderem às alturas negociando com estereótipos.
Em uma cena inicial, Monk vai a uma convenção de livros, onde uma jovem romancista negra (Issa Rae) lê seu último trabalho, "We's Lives in Da Ghetto". Enquanto ela lê um trecho que começa "Ei, Sharonda. Garota, você está grávida de novo!", as senhoras liberais brancas na plateia respondem com reverência e lágrimas nos olhos.
A cena é uma crítica mordaz ao mercado editorial, que muitas vezes exige que os autores negros escrevam sobre temas estereotipados para serem bem-sucedidos. Monk é um artista que sabe que é mais inteligente do que isso, mas também sabe que isso não lhe fará bem.
Wright interpreta Monk com uma mistura de inteligência, humor e frustração. Ele faz com que o público sinta a raiva e o desapontamento de Monk, mas também o seu senso de humor e sua capacidade de observar o mundo com distanciamento.
O filme é bem-sucedido em sua crítica ao mercado editorial, mas não é perfeito. O final do livro é diferente do final do filme, e o filme termina de forma um pouco abrupta. No entanto, esses problemas são compensados pelo desempenho de Wright, que é um dos destaques do filme.
American Fiction é um filme importante e oportuno que merece ser visto. É uma sátira inteligente e divertida que aborda questões importantes sobre raça, representação e o mercado editorial.