Lóri, uma professora de espírito livre e atraente, leva uma vida erótica de casos amorosos, tomando conta de seus próprios desejos e necessidades, enquanto evita conscientemente qualquer apego.
Um encontro com o argentino Ulisses, um renomado e egocêntrico professor de filosofia, provoca uma mudança em Lóri. À medida que aprende a dar passos em direção aos outros, ela finalmente entende como amar e se aceitar plenamente.
Para essa história de autodeterminação, a diretora, Marcela Lordy, que escreveu o roteiro com Josefina Trotta, adaptou o filme do romance de 1968 “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector.
O filme não compartilha da tendência de Lispector para a inovação formalista. É um filme de aparência convencional, com belos atores que entregam suas falas em close-ups sérios. Mesmo as cenas de sexo explícito do filme são filmadas de maneira direta, mais informativa do que provocativa ou excitante. Mas para o benefício do filme, ele mantém a perspectiva madura que Lispector trouxe para sua escrita. Na melhor das hipóteses, mostra seus personagens envolvidos em conversas ponderadas sobre independência e atração.
Fora da sala de aula, Lóri, interpretada por Simone Spoladore, passa o tempo explorando seus próprios desejos existenciais. Ela é uma mulher com uma vida erótica ativa, e vários amantes, homens e mulheres, vêm ao seu apartamento por uma noite. (Ela tem seu próprio apartamento na cidade, herança de sua falecida mãe.) Esse presente matrilinear é uma oportunidade de liberdade que Lóri não quer desperdiçar.
Mas, apesar de seu forte compromisso com a autodescoberta, ela é atraída por um parceiro em particular, um professor de filosofia chamado Ulisses (Javier Drolas). Numa inversão do mito grego que inspirou o nome de Ulisses, é ele quem espera por Lóri enquanto ela atravessa a noite. Os dois são fortemente atraídos um pelo outro, mas para que seu relacionamento se desenvolva, Lóri deve decidir se quer incorporar a parceria em sua odisseia de independência.