O policial mais durão da Islândia fará de tudo para resolver uma série de assaltos a bancos violentos. Mas quando ele é forçado a assumir um novo parceiro, as pressões para resolver o caso provam-se demais para o renegado durão.
A grande revelação em “Cop Secret” sai a partir do momento em que o despenteado Bussi (Audunn Blondal), o policial mais durão da Islândia, é forçosamente associado a Hordur (Egill Einarsson), seu rival suave de uma delegacia vizinha. Enquanto Hordur caminha em direção a Bussi em câmera lenta desmaiada, jaqueta impecável pendurada maliciosamente sobre um ombro protuberante, o queixo barbudo de Bussi suaviza. Os dois podem estar competindo pelo melhor cão, mas está claro que – discrepâncias de higiene à parte – a cópula em breve terá precedência sobre a competição.
%20-%20Cr%C3%ADtica.jpg)
Antes que o verniz ultramacho de Bussi possa rachar, porém, essa indisciplinada apresentação de filmes de ação de Hollywood, alegremente dirigido por Hannes Thor Halldorsson, martela todos os clichês de gênero em uma submissão cansativa. O enredo - uma mistura boba de explosões, assaltos a bancos e repressão sexual - avança, seu diálogo e configurações alegremente parodiando o cânone do policial. A familiaridade pode ser o ponto, mas um roteiro tão grosseiro deixa os atores com pouco espaço de manobra, reduzindo-os a porta-vozes de piadas recicladas.
Então temos um vilão desfigurado (Bjorn Hlynur Haraldsson) que se barbeia com o que parece ser uma faca serrilhada; uma chefe de polícia obstinada (Steiunn Olina Thorsteinsdottir, que os fãs do noir nórdico podem reconhecer da emocionante série de TV “Trapped” ); e um companheiro ansioso, Klemenz (Sverrir Thor Sverrisson), cujo objetivo principal é nos lembrar repetidamente do desprezo de Bussi pelo procedimento policial adequado.
“Você não respeita as regras!”, lamenta Klemenz durante a perseguição de carro que abre o filme e permite que a diretora de fotografia, Elli Cassata, se mostre um pouco. A sequência é divertida; menos é a transformação de um romance gay bastante doce em um dispositivo cômico barato.