Mãe Só Tem Duas (2021) - Crítica

Depois de descobrirem que suas bebês foram trocadas na maternidade, duas mulheres acham uma saída inusitada: formar uma família.

Quatro meses depois da confusão na maternidade, a workaholic Ana e a estudante Mariana se preparam para desfazer a troca. Mas será que não tem outra saída? Mariana vai morar com Ana e a família para desmamar Valentina. Tere, a mãe de Mariana, se surpreende quando o marido de Ana oferece ajuda. O pai de Regina ameaça processar Mariana. Ana quer fortalecer o vínculo com Valentina. Mariana tenta se aproximar do pai distante.

Ana e Juan Carlos começam a terapia de casal. Pablo sai pela primeira vez com a filha Regina. Tere abre o próprio negócio. Mariana busca respostas depois que Tere revela um segredo antigo. Juan Carlos quer que Mariana vá embora, mas Ana tem um plano. Ana tira uma semana de folga para pensar na promoção que pode mudar sua vida. Mariana volta a procurar alguém em um aplicativo de relacionamentos.

Ana convida Mariana e a família para uma viagem de fim de semana. Uma discussão entre Tere e Juan Carlos deixa Mariana desconfiada. Ana viaja para Buenos Aires e encontra alguém do passado. Quando as crianças começam a comer, Mariana pensa em se mudar. Ana se preocupa com a saúde. Ana quer batizar as crianças, mas Mariana prefere um ritual não religioso para Regina. Só que a revelação de um segredo ameaça arruinar as duas cerimônias.

Anova produção mexicana da Netflix é uma série de comédia que trata o assunto família, como não existe estrutura de família correta. A trama inicial já deixa isso bem claro. Duas bebês trocadas de suas mães que cuidam das bebês como suas filhas, mas são forçadas a trocar as filhas. Assim nasce uma família com duas mães e dois pais.

A comédia tem momentos bem divertidos, não só sobre maternidade, mas também com vários dramas familiares que formam várias confusões. O problema é que a série foca muito nos momentos episódicos, como os problemas no trabalho de Ana (Ludwika Paleta) ou os relacionamentos de Mariana (Paulina Goto). 

São muitos os episódios que podem até criar um certo tédio em quem assiste. Poderiam focar muito bem na história que tem ali nas mãos, mas vão criando outros pequenos problemas. Assim, demorando para levar a trama principal adiante, chegando momentos que nem lembramos mais das bebês. Ao mesmo tempo, essas pequenas tramas ajudam muito na construção das personagens.

Talvez isso tenha sido minha expectativa ou o marketing mal feito da Netflix vendendo essa série como LGBTQIA+ (tá até na aba LGBTQIA+ deles). Apenas uma personagem é bi e o esperado romance entre as duas principais tem um desenvolvimento quase mínimo nos primeiros 7 episódios sobrando apenas dois episódios e a esperança de uma renovação para que vejamos mais disso.

Nesse microcosmo onde não existem mocinhas e vilãs, personagens imperfeitos conquistam a afetividade do espectador. O formato sitcom/novela, novo queridinho dos streamings, se beneficia dos clichês da comédia e do melodrama, embora, aqui, a essência de um universo criativo original fique muito clara. Enriquecendo a experiência, há ainda a trilha sonora, composta em grande parte por canções mexicanas, como “Eres para Mí”, de Julieta Venegas.

Outra grande qualidade da produção é o elenco. Além de Paleta e Goto, que entregam ótimas performances em seus papéis de mulheres que têm muito para ensinar, muito para aprender e ainda mais para confrontar, todo o elenco coadjuvante impressiona. 

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem