The Bondsman: Kevin Bacon Entre o Inferno e a Redenção em uma Comédia de Terror Inesperadamente Divina
Kevin Bacon está de volta – literalmente dos mortos – em The Bondsman, nova série da Prime Video que mistura ação, terror e comédia com um tempero diabólico. Criada por Grainger David e com estreia marcada para 3 de abril de 2025, a produção aposta na energia caótica e no carisma magnético de seu protagonista para conduzir uma história sobre redenção, pecados e demônios — tanto internos quanto do submundo.
Nesta matéria, o Intrometendo mergulha de cabeça nesse conto macabro, onde Bacon brilha como um caçador de recompensas condenado a trabalhar para o Diabo, enfrentando possuídos, questões familiares mal resolvidas e a própria culpa. Confira nossa análise completa!
O Renascimento de Hub Halloran
Kevin Bacon interpreta Hub Halloran, um fiador em ruínas, com uma alma carregada de pecados. Tudo muda quando ele é brutalmente assassinado — apenas para ressuscitar misteriosamente dentro do mesmo motel onde foi morto, com cicatrizes sobrenaturais e uma missão profana.
Sua sobrevivência tem um preço: agora ele precisa caçar demônios fugitivos do Inferno a mando do próprio Belzebu. A partir daí, o que seria uma típica série de ação se transforma numa espécie de versão espirituosa de Ash vs Evil Dead, misturando gore, humor e dilemas existenciais em episódios curtos e diretos.
Um Mundo de Pecados e Sangue em Landry, Geórgia
A série se passa na fictícia Landry, uma cidade no interior da Geórgia onde o submundo e a vida cotidiana se entrelaçam. Lá, Hub tenta desvendar sua própria morte e enfrenta figuras do passado como:
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Lucky Callahan (Damon Herriman), mafioso reformado e novo marido de sua ex-esposa;
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Maryanne (Jennifer Nettles), antiga parceira musical e mãe de seu filho Cade;
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E sua fiel e espirituosa mãe Kitty (Beth Grant), com quem divide o quintal e o legado da fiança.
Essa ambientação mistura country, crime e ocultismo, com cenários que remetem aos quadrinhos da EC Comics — como se Hellboy tivesse nascido no sul dos EUA e tocasse guitarra em bares de beira de estrada.
Demônios, Espelhos e Motosserras
Um dos toques mais criativos da série está no conceito de que os demônios só podem ser vistos por Hub através de espelhos, adicionando uma estética visual engenhosa às cenas de combate. Apesar de alguns vilões parecerem genéricos com olhos vermelhos, a direção segura de nomes como Thor Freudenthal, Sanaa Hamri, Catriona McKenzie e Lauren Wolkstein entrega sequências impactantes — inclusive uma cena memorável com Bacon coberto de sangue enfiando uma motosserra no rosto de um oponente flamejante.
Família, Fé e Fumaça de Cigarro
A alma de The Bondsman está no equilíbrio entre o grotesco e o emocional. Bacon navega por cenas de combate e diálogos dramáticos com a mesma maestria. A tensão entre Hub, Maryanne e Cade traz uma camada emocional que contrasta bem com o absurdo das missões infernais.
Além disso, a causa de sua condenação permanece um mistério, alimentando o suspense da temporada. E enquanto ele enfrenta seres demoníacos, Hub também tenta, de forma trôpega, se redimir com sua família — e consigo mesmo.
Um Manual do Inferno e Duetos com Jennifer Nettles
Um dos grandes acertos da série é o personagem Midge (Jolene Purdy), funcionária do Diabo que entrega a Hub um manual de "como ser um caçador de demônios". A dinâmica entre os dois injeta humor e absurdos burocráticos à jornada espiritual do protagonista.
Bacon também solta a voz em duetos com Nettles, criando momentos musicais que dão um charme excêntrico à narrativa. O resultado é uma mistura incomum, mas eficaz, de bluegrass, possessões demoníacas e dilemas morais.
Vale a Pena Assistir The Bondsman?
Definitivamente, sim. Mesmo com episódios curtos (menos de 30 minutos), a série sabe como entregar o que promete: violência estilizada, humor ácido e reflexões leves sobre culpa e salvação. Kevin Bacon está em plena forma, entregando uma performance que equilibra o grotesco com o sentimental, e o elenco de apoio contribui com atuações sólidas e divertidas.
The Bondsman não tenta ser profundo, mas é intensamente divertido. É sobre acordos com o Diabo, tiros na cabeça e corpos queimando — e faz tudo isso com charme, estilo e uma pitada de redenção.