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Miles Morales: Spider-Man #28 - Crítica

 Miles Morales: Spider-Man #28 – Uma Conexão Entre Super-heróis e Mitologia

A edição de Miles Morales: Spider-Man #28, que traz a segunda parte da trama "Webs of Wakanda", eleva a narrativa a novos patamares, misturando ação, mitologia e o inconfundível espírito do Homem-Aranha. A história coloca Miles Morales, ainda lidando com seu vampirismo, no epicentro de um confronto com forças muito além de sua compreensão, enquanto ele se junta ao Pantera Negra e sua irmã Shuri para buscar uma cura. A missão, no entanto, não será nada simples, pois, para alcançar a salvação, ele precisará enfrentar a deusa Bast, a divindade protetora do reino de Wakanda. Como sempre, nada é fácil para Miles, e a complexidade da situação só aumenta quando ele entra em contato com essas forças cósmicas.

A Equipe Criativa e o Visível Crescimento da Trama

O grande mérito desta edição vai para Cody Ziglar, que se apropria habilidosamente do elemento de misticismo e ciência, uma característica que já havia sido explorada anteriormente na fase de Amazing Spider-Man escrita por J. Michael Straczynski. Durante aquele período, o conceito de mistério e mitologia se entrelaçou à base científica da origem de Peter Parker, algo que muitos fãs inicialmente acharam desnecessário, mas que, para outros, ajudou a expandir a mitologia do Homem-Aranha. Ziglar segue essa linha de pensamento ao explorar como Miles Morales se encontra, assim como Peter, em um cenário onde a ciência e a magia se encontram, ligando-o a algo maior que ele mesmo.

Nesse número, Miles se vê diante da deusa Bast, que representa a mitologia africana e atua como uma figura protetora de Wakanda. Desde o início, Shuri o avisa de que ele está em desvantagem ao adentrar o domínio da deusa, e que a conexão de Bast com sua terra natal faz com que qualquer invasão seja recebida com hostilidade. Essa dinâmica entre os deuses e os mortais é explorada com maestria, aumentando o drama da história.

Além disso, a trama também não esquece das relações interpessoais entre os personagens de apoio de Miles. Ganke e Shift, seus amigos próximos, têm um papel importante em adicionar leveza à narrativa, com sua química e dinâmica de amizade se destacando, especialmente considerando que a história traz deuses e conceitos sobrenaturais. Eles continuam a ser uma âncora emocional, equilibrando o peso das situações com suas interações mais humanas.

A Arte de Daniele Di Nicuolo – Mistura de Estilo e Imersão Visual

Daniele Di Nicuolo brilha nesta edição com uma arte que é simultaneamente grandiosa e íntima. Quando Bast aparece pela primeira vez, o impacto visual é imediato. A deusa se ergue diante de Miles como uma figura colossal, sua figura se estendendo em uma mistura de cenas celestiais e vestimentas tradicionais africanas. A forma como Di Nicuolo captura a magnitude de Bast — sua presença imponente e, ao mesmo tempo, aterrorizante — é um exemplo perfeito de como o visual pode enriquecer a história. Ela não é apenas uma deusa, mas uma força da natureza, e isso é transmitido com perfeição na arte.

As cores de Bryan Valenza complementam a arte de Di Nicuolo com uma paleta que dá vida ao céu noturno e acentua a energia mística que emana de Bast. As cenas de confronto e as interações entre os personagens são intensificadas pela riqueza dos tons escuros que predomina, criando uma sensação de reverência e perigo.

Outro elemento visual digno de nota são as sequências de ação que têm uma pegada anime no estilo de Di Nicuolo, particularmente em momentos como a transformação de Shift, que assume a identidade de Miles para salvar um bebê. A transformação é acompanhada de uma explosão de fumaça, algo que remete fortemente a um estilo narrativo e visual popular em animes, como em Naruto, e adiciona uma energia extra à ação.

Mais do que as cenas de luta, as expressões faciais dos personagens, especialmente Miles, são incrivelmente detalhadas. A maneira como o jovem herói é desenhado quando se encontra com Bast, com sua expressão de "surpresa" e reverência, transmite o peso da experiência de encontrar um ser divino. Esse tipo de sutileza no desenho ajuda a humanizar a mitologia e cria uma sensação de intimidade, mesmo em meio a uma narrativa épica.

Mitologia e Super-heróis – O Encontro de Mundos

Uma das grandes qualidades de Miles Morales: Spider-Man #28 é sua capacidade de explorar os vínculos entre os super-heróis e a mitologia. Ao colocar Miles face a face com uma deusa, a edição não apenas amplia as dimensões da história de um super-herói, mas também nos lembra da fickleness e imprevisibilidade das divindades. Mesmo os deuses, como Bast, têm suas próprias regras e limites, e não são imunes à mortalidade.

Miles, em particular, está em uma posição vulnerável, não apenas por causa do vampirismo que o aflige, mas também porque ele é um estranho nesse cenário mitológico. Ele não é um herói tradicional de Wakanda, mas alguém de fora, vindo de outra cultura e contexto, o que reforça a ideia de que os deuses podem ser tanto protetores quanto cruéis. A natureza fugaz das divindades e a maneira como elas interagem com os mortais se tornam um tema central na edição, especialmente à medida que a história se aproxima de seu clímax.

Uma História Que Expande o Universo do Homem-Aranha

Em Miles Morales: Spider-Man #28, Cody Ziglar, Daniele Di Nicuolo e a equipe criativa conseguem não só avançar a trama de Miles com novos desafios, mas também expandir o universo do Homem-Aranha ao incluir mitologia e deuses no mix. A fusão de elementos de mistério, ação e mitologia africana cria uma experiência única para os leitores, tornando a edição um dos momentos mais impactantes e visualmente impressionantes de toda a série.

Se você é fã de Miles Morales ou apenas alguém interessado em como as figuras mitológicas podem se entrelaçar com as histórias de super-heróis, este número é uma leitura obrigatória. Ele eleva o Homem-Aranha a um novo patamar, mostrando que, em um universo cheio de heróis, os deuses também têm seus próprios problemas a resolver. Com uma narrativa que mistura mistério e ação de forma magistral, essa edição coloca Miles Morales: Spider-Man entre as histórias mais inovadoras e emocionantes dos quadrinhos atuais.

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