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DC Horror Presents #2 - Crítica

 Análise de DC Horror Presents – Uma Visita Não Tão Assustadora a Gotham

Lançado em 4 de dezembro de 2024, DC Horror Presents traz um convite para um especial de terror em Gotham, mas com um toque peculiar e algumas escolhas questionáveis em sua abordagem. A edição apresenta duas histórias, ambas escritas por criadores fora do universo dos quadrinhos tradicionais, o que cria um desafio, mas também uma oportunidade para experimentações. Neste caso, temos LaToya Morgan, roteirista e produtora de TV, trazendo a história Living Doll, e Aaron Sagers, personalidade de TV e “jornalista paranormal”, oferecendo a trama Superstitious Lot. Ambas as histórias tentam se inserir no mundo macabro de Gotham, mas a recepção a essas narrativas é mista, com pontos fortes e fracos.

“Living Doll” – Uma História de Slasher com Scarface

A primeira história, “Living Doll”, escrita por LaToya Morgan, coloca dois adolescentes (ou algo próximo disso) invadindo um set de TV e se deparando com um prop aterrorizante, que, como não poderia deixar de ser, acaba sendo Scarface, o vilão de Gotham que controla um boneco falante e malicioso. Esta é uma história de terror no estilo slasher, com uma reviravolta previsível, típica dos filmes de terror teen, onde os adolescentes acabam pagando por suas ações de maneira brutal. A trama se desenrola como uma paródia do gênero, o que pode agradar aos fãs de histórias de “assassinato em série” mais leves e recheadas de clichês.

Embora Scarface seja o vilão central, o enredo faz questão de brincar com a falta de fidelidade com a continuidade, fazendo referências à sua primeira aparição nos quadrinhos, mas sem se preocupar em seguir regras estabelecidas. Morgan opta por uma abordagem mais liberada e criativa, não tão atrelada aos parâmetros convencionais do universo DC, o que pode ser tanto positivo quanto negativo, dependendo da expectativa do leitor.

O aspecto visual da história é trabalhado por Tom Derenick e Walt Barna, que já haviam colaborado com Morgan em Dark Blood. O estilo de arte é funcional, mas sem grandes inovações. Não se trata de uma arte que eleva a história a outro nível, mas sim uma execução que cumpre o papel, com personagens que expressam o medo e a tensão do momento. O trabalho de arte aqui é competente, mas não memorável.

A história é entretenimento básico, agradável para quem busca uma trama rápida de terror, mas com uma fórmula previsível e um pouco de exagero nos momentos de tensão. Não é uma história inovadora, mas cumpre o papel de uma típica narrativa de slasher.

“Superstitious Lot” – O Investigador Paranormal e o Fantasma do Passado de Cobblepot

A segunda história, “Superstitious Lot”, escrita por Aaron Sagers, leva Gotham a um território de terror mais sobrenatural. Nela, Oswald Cobblepot (o Pinguim) começa a ser assombrado por fantasmas e decide contratar um investigador paranormal, Mr. Stacks. O personagem de Stacks, um autoproclamado detetive “cool e imperturbável”, soa como um inserção de autor no universo de Gotham, e é impossível não notar sua postura excessivamente autossuficiente, algo que remete a um personagem secundário tentando conquistar o centro das atenções.

Stacks, com seu fedora e monólogos internos cheios de arrogância, é uma figura que tenta se destacar pela falta de emoção diante do perigo. Ele é imune ao medo, até mesmo em face de Batman e seus vilões, e mantém uma postura que parece quase irrealista. A trama começa com o conceito interessante de que Cobblepot está sendo assombrado pelas almas das pessoas que matou, uma ideia que oferece grande potencial, mas que logo se perde em sua execução.

O maior problema com a história, e que prejudica bastante sua recepção, é a falta de conclusão satisfatória. Após a revelação dos fantasmas, o enredo segue para um final prolongado em que Stacks ainda continua interagindo com Cobblepot e Batman, sem oferecer um desfecho realmente relevante. O acréscimo de cenas extras parece forçado, como se Sagers estivesse tentando criar uma sequência para uma futura série, o que acaba prejudicando o ritmo e a fluidez da narrativa.

Com Ryan Kelly no desenho, o visual de Superstitious Lot tem elementos que capturam o espírito do sobrenatural, mas, novamente, não há nada de extraordinário nas páginas. A arte segue o estilo de uma história de terror tradicional, mas sem inovações ou detalhes que realmente destaquem o conto. A falta de profundidade nas ilustrações também contribui para a sensação de que a história não consegue atingir seu pleno potencial.

Esta história possui potencial, mas não entrega. O personagem de Stacks, junto com a ausência de um final eficaz, tornam a trama mais uma tentativa frustrada de inserir um novo personagem no universo DC do que uma história de terror cativante ou emocionante.

Falta de Impacto

Embora DC Horror Presents tenha a intenção de trazer algo novo e assustador para Gotham, o resultado final não consegue gerar o impacto esperado. Ambas as histórias, embora divertidas em alguns momentos, não apresentam uma experiência completa de terror como os fãs poderiam esperar de uma antologia focada em Halloween e Gotham. A escolha de autores não tradicionais para o universo dos quadrinhos tem seus méritos, já que eles trazem uma nova perspectiva para os personagens e o tom, mas também falha em capturar o coração do que faz Gotham ser um lugar de terror genuíno.

O trabalho artístico também é decente, mas não se destaca o suficiente para elevar as histórias e imergir os leitores no clima sombrio e macabro que a proposta de terror demanda. Faltou consistência e impacto emocional nas tramas, e o resultado final é uma leitura mediana, mas com uma boa dose de experimentação.

Conclusão: DC Horror Presents é uma tentativa de trazer um toque de terror ao universo Gotham, mas a falta de profundidade nas histórias e a sensação de que os roteiristas estão mais interessados em introduzir personagens novos do que em realmente contar histórias de terror eficazes, fazem com que esta edição não tenha o impacto desejado. As histórias são mildemente divertidas, mas, no fim, ficam aquém das expectativas, especialmente para aqueles que esperam algo mais assustador e imersivo.

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