"Moana 2": Uma Sequência Visualmente Estonteante, Mas Falha na Aventura e na Música
A sequência de um dos maiores sucessos da Disney nos últimos anos, "Moana 2", chegou com grande expectativa, mas infelizmente, deixou a desejar em vários aspectos cruciais. Embora o filme seja visualmente deslumbrante, ele peca pela falta de profundidade narrativa e por não conseguir entregar a aventura épica que seus fãs esperavam. Parece que a sequência está mais preocupada em cumprir o roteiro tradicional das animações de Disney do que em expandir o legado do primeiro filme. Originalmente planejado para ser um título do Disney+, a mudança repentina para uma lançamento nos cinemas durante as festas de fim de ano não parece ter resultado em uma evolução significativa para o filme, mas sim em uma tentativa de criar algo mais grandioso sem muito conteúdo substancial para justificar essa escolha.
Uma História Fraca de Aventura e Pouca Interação Entre Moana e Maui
A trama de "Moana 2" se passa três anos após os eventos do primeiro filme e apresenta a heroína Moana (novamente dublada por Auli'i Cravalho) tentando quebrar a maldição de Nalo, que isolou diversas ilhas. Ela parte em busca da ilha mítica de Motufetu, que, segundo lendas, tem o poder de unir as culturas dispersas do Pacífico. A jornada da personagem a leva a uma série de encontros e novas alianças, mas a maior parte da narrativa se concentra em preparações para o verdadeiro conflito, fazendo o filme parecer mais uma longa introdução do que uma aventura de fato.
Os fãs que aguardavam ansiosos pela reunião de Moana e Maui se sentirão desapontados. A interação entre os dois personagens, que foi um dos maiores encantos do primeiro filme, é surpreendentemente limitada. Maui, dublado novamente por Dwayne Johnson, é sequestrado por uma bruxa chamada Matangi e passa grande parte do filme preso, enquanto Moana e seus novos aliados buscam encontrá-lo. A química natural entre Cravalho e Johnson, que foi um dos pontos altos de "Moana", é quase completamente desperdiçada. A trama parece adiar a reunião entre os dois até mais da metade do filme, o que frustra a expectativa de muitos.
Pouca Aventura e Falta de Envolvimento Emocional
A falta de uma verdadeira aventura é talvez o maior pecado de "Moana 2". Embora o filme apresente algumas figuras interessantes, como uma tribo de cocôs e um molusco gigante, esses elementos são mais decoração do que realmente contribuem para uma jornada épica. Os eventos principais são esparsos e a sensação de urgência ou de perigo iminente simplesmente não está presente. O filme perde uma excelente oportunidade de expansão emocional de Moana, que deveria ser o centro da trama. A escrita de Jared Bush e Dana Ledoux Miller não consegue entregar os momentos de ação e de crescimento heroico que o primeiro filme sugeria para a personagem.
A falta de aventura real acaba tornando o filme um tanto arrastado, e crianças e adultos podem acabar se questionando o tempo todo sobre quando a verdadeira ação finalmente vai começar.
Músicas Fracas: Onde Estão os Clássicos Disney?
Outro aspecto crítico onde "Moana 2" falha é na área musical. O primeiro filme se destacou por suas canções icônicas, como "You're Welcome" e "How Far I'll Go", que se tornaram instantâneos hinos no universo Disney. Infelizmente, as novas músicas de "Moana 2" não conseguem alcançar o mesmo nível de impacto. A ausência de Lin-Manuel Miranda, que participou ativamente da composição das músicas no primeiro filme, é notável. Embora exista uma música divertida de Maui chamada "Can I Get a Chee Hoo?" que tem potencial para se tornar viral, nenhuma das novas canções parece memorizável o suficiente para se tornar um clássico. Há também um tema recorrente chamado "Beyond" que tenta carregar um pouco de emoção, mas nem mesmo ele tem o impacto de outras músicas épicas de Disney.
A falta de grandes números musicais torna o filme menos envolvente para aqueles que esperam que as músicas sejam parte fundamental da experiência Disney. Em comparação com sucessos recentes como "Frozen" e "Encanto", cujas trilhas sonoras se tornaram parte da cultura pop, "Moana 2" se sente apagada nesse sentido.
Visualmente Impecável, Mas Sem Nutrientes Narrativos
Porém, onde "Moana 2" realmente brilha é na parte visual. O orçamento de Disney 2020s foi bem aplicado para criar um filme visualmente deslumbrante. Cada cena é rica em detalhes, desde os tatuagens de Maui até a vibrante tribo de cocôs, passando pela fluidos da água e o movimento do vento nos cabelos dos personagens. Cada elemento do filme é bem desenhado e merece ser apreciado. As sequências do oceano, em particular, são de tirar o fôlego, capturando a majestade do mar de uma forma quase tátil.
Apesar de toda a beleza visual, "Moana 2" deixa uma sensação de insuficiência narrativa. Enquanto a animação é de cair o queixo, a história que a acompanha parece incompleta, como se tivesse sido feita para preencher os requisitos de uma sequência mais do que para oferecer algo inovador ou memorável.
Uma Sequência Frustrante, Mas Com Um Potencial Inexplorado
"Moana 2" é uma sequência que parece seguir as etapas, mas sem o coração e a alma que tornaram o primeiro filme tão especial. A falta de aventura significativa, a escassez de músicas memoráveis e a subutilização de personagens centrais como Maui tornam o filme uma experiência acima da média, mas longe de ser memorável. Para os fãs do primeiro filme, o apelo visual pode ser suficiente para um entretenimento passageiro, mas para aqueles que esperavam ver Moana crescer como uma heroína em um novo nível de aventura, a decepção será evidente. No fim, "Moana 2" é uma produção que encanta os olhos, mas deixa muito a desejar no que diz respeito à sua narrativa e legado.