Manhunt (2024- ) - Crítica

O impacto da série “Manhunt” transcende a narrativa histórica convencional, graças ao seu elenco estelar e à profundidade de seus personagens. A série é elevada por uma das mais aclamadas atuações dramáticas recentes, uma interpretação tão autêntica que transforma o delicado estado da nação, tanto no passado quanto no presente, em um pano de fundo sutil, em vez de uma mera aula de história. Embora ocasionalmente os diálogos soem modernos e a série enfrente o desafio de retratar eventos históricos com uma eloquência que parece antecipar sua futura dramatização televisiva, esses são detalhes menores diante de um drama que se destaca por sua eficácia.

“Manhunt” estreia com uma tensão palpável, ambientada nas horas que cercam um dos momentos mais definidores da história americana: a noite em que o presidente Abraham Lincoln, interpretado por Hamish Linklater, e sua esposa Mary Todd, vivida por Lili Taylor, decidem assistir a uma peça. 

A narrativa se desenrola como um suspense, alternando entre os personagens durante essa noite marcante, com foco em dois protagonistas: o ator John Wilkes Booth, interpretado por Anthony Boyle, e Edwin Stanton, conselheiro de Lincoln, papel de Tobias Menzies. 

A trama se intensifica quando Booth, antes mesmo do início da peça, dispara contra Lincoln e, após proclamar “Sic Semper Tyrannis”, desaparece na escuridão da noite.

Longe de ser uma lição de história monótona, “Manhunt” ganha vida com atuações que conferem tridimensionalidade à história. Destaca-se a performance de Menzies, premiado com o Emmy por “The Crown”, que entrega aqui a atuação mais notável de sua carreira. Ele captura com precisão a essência de Stanton, um homem de inteligência aguçada e convicções firmes, mas que também revela uma vulnerabilidade diante de sua saúde fragilizada.

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