John Constantine, Hellblazer: Dead in America #3 - HQ - Crítica

 


É raro ver quadrinhos de tal calibre, especialmente vindos dos gigantes da indústria. “John Constantine, Hellblazer: Dead in America” excede expectativas, não só como sucessor da série anterior pela mesma equipe criativa, mas também enriquecendo o Universo Sandman de maneira natural e cativante.

A cada nova edição, fica evidente que esses artistas estavam destinados a trabalhar neste projeto. Si Spurrier, com sua escrita iluminada, equilibra com habilidade as reflexões de um miliciano americano, uma imigrante mexicana, Clarice Sackville, e o próprio Constantine, ao longo da fronteira entre Texas e México. 


Spurrier entrelaça habilmente o monólogo de Clarice com referências à obra-prima “The Waste Land” de T.S. Eliot, um marco da literatura americana. A narrativa é construída sobre as esperanças do miliciano e da mulher em busca de um futuro melhor na América.

A arte precisa e impactante de Aaron Campbell eleva o trabalho de Spurrier a outro nível. Esta edição pode ser considerada seu ápice na série. 

O simbolismo do muro de fronteira é palpável, tanto na capa impressionante quanto na história, onde representa a linha frágil entre a vida e a morte. Os visuais carregam um peso narrativo, apresentando ideias audaciosas e distintas que são executadas com maestria, graças ao design dos painéis de Campbell e às cores vibrantes de Jordie Bellaire. 

As letras de Aditya Bidikar complementam perfeitamente a arte e as cores, brincando com os temas de forma inteligente e incorporando os motivos patrióticos de vermelho, branco e azul de maneira sutil e eficaz. 

A edição consegue ser concisa e ao mesmo tempo abrangente, capturando a essência dos contos americanos e do folclore com imagens que permanecem na memória.

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