Disco Boy (2024) - Crítica

 Disco Boy: Uma Jornada Hipnótica Através da Legião Estrangeira

Disco Boy, a estreia de Giacomo Abbruzzese, é um mergulho sedutor e onírico na vida da Legião Estrangeira Francesa. Através de uma mise-en-scène brilhante e hipnótica, o filme explora a masculinidade, a violência e a busca por identidade.

Corpos em Movimento:

O foco do filme está nos corpos masculinos, capturados em movimentos sincronizados e, às vezes, violentamente conflitantes. Abbruzzese faz referência a "Beau Travail", de Claire Denis, com interlúdios terpsicóricos eletro-marcados que evocam a dança e a música como formas de expressão e escape.

Imagens Marcantes:

A cinematografia de Hélène Louvart é impecável, encontrando beleza e movimento mesmo em ambientes escuros e caóticos. A paleta de cores, rica em tons cáqui e flashes de neon, contribui para a atmosfera surreal do filme.

Som e Música:

A trilha sonora frenética do DJ Vitalic complementa a narrativa visual, criando uma experiência sensorial intensa e imersiva. O som pulsante reflete o estado mental cada vez mais fragilizado do protagonista.

A Busca por Identidade:

No centro da história está Aleksei, interpretado por Franz Rogowski, que se junta à Legião Estrangeira em busca de um novo começo. A performance melancólica e complexa de Rogowski nos permite acompanhar sua jornada de desilusão e questionamento.

Perguntas Provocativas:

Disco Boy levanta questões importantes sobre o sacrifício da individualidade em nome de uma identidade em papel. Quanto de si mesmo alguém está disposto a abrir mão para pertencer a algo maior?

Embora o filme possa ser considerado derivativo em alguns aspectos, a ousadia visual de Abbruzzese e a performance cativante de Rogowski o tornam uma obra memorável e instigante. Disco Boy é um convite para refletir sobre os limites da identidade e o preço da pertença.

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