Fight the Power: How Hip Hop Changed the World (2023- ) - Crítica

A história do que aconteceu a seguir será contada em episódios futuros (onde Eminem está entre os contribuidores) e ainda há muito para contar. Mas Fight The Power teve um começo emocionante e, com Chuck D supervisionando o projeto, você sabia que estava obtendo a história diretamente da fonte.

Como resultado, Fight The Power foi fascinante. Cortando o clichê do documento musical, ele apresentou um retrato de rua das décadas de formação da música rap. 

A abertura investigou como a campanha de Martin Luther King pela igualdade foi seguida em Nova York pela “voa branca”: a cidade foi abandonada pelos poderes constituídos e os negros também foram deixados para trás. “Vimos as instituições ao nosso redor desmoronando”, disse KRS-One.

Essa, porém, é a abordagem correta, e sinaliza que Fight the Power tratará seu tema com o respeito e o rigor que merece – o que não surpreende, já que Chuck D, do Public Enemy, é produtor executivo e também um dos principais entrevistados. Qualquer documentário musical com ambições de informar e entreter é uma troca entre sociologia e musicologia: os discos dizem isso e soam assim porque era isso que estava acontecendo no mundo na época. No caso do hip-hop, a cena foi uma resposta mais direta às circunstâncias políticas do que qualquer música popular antes dela, e essas condições – cidadãos negros marginalizados por autoridades racistas – têm ressonância além dos Estados Unidos e além do século XX.

Foi nesse cenário de pobreza estratificada que o hip-hop emergiu – primeiro como uma ramificação da disco, depois como uma forma de arte distinta. “Fizemos perguntas que não foram respondidas”, disse Chuck D. “Isso transbordou com a música.”

Voltamos, então, a 1960, e John F. Kennedy prometendo melhorar as chances de vida dos negros americanos. No final da década, seus líderes foram assassinados ou presos, seus movimentos políticos infiltrados e minados, seus familiares convocados para o exército dos EUA e mortos no Vietnã, seus protestos violentamente reprimidos. Nomes de luta contra o poder Say It Loud – I'm Black and I'm Proud de James Brown, Is It Because I'm Black de Syl Johnson e Seize the Time da futura líder do partido Pantera Negra Elaine Brown como evidência do espírito revolucionário que permeia discos lançados em 1969.

A década de 1970 começou com The Last Poets e Gil Scott-Heron prefaciando o hip-hop falando, não cantando, sobre o poder negro em discos com “revolução” no título. A excelente lista de contribuidores do Fight the Power – KRS-One, Grandmaster Caz, Melle Mel, Darryl McDaniels do Run-DMC e, de fato, Abiodun Oyewole, do The Last Poets – relembra uma década em que a consciência negra continuou a crescer, impulsionada pela corrida de Shirley Chisholm para a presidência em 1972 sob o slogan “unbought and unbossed”, e em reação menos à violência aberta do estado e mais à opressão administrativa. O documentário cita a frase “um período de negligência benigna”, usada por um dos assessores de Richard Nixon em um memorando de janeiro de 1970 ao presidente e tomada aqui como um resumo do período em que,


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