Eles estão separados por um campo demolido e um muro encimado por arame farpado, “200 Metros” e duas culturas separadas e mantidas assim pela luta onipresente entre Israel e os territórios palestinos.
O filme do roteirista e diretor Ameen Nayfeh é um retrato angustiante sobre uma família palestina de duas famílias e o que o marido e pai deve fazer para chegar ao lado de seu filho quando o menino acaba em um hospital israelense.
Nayfeh faz sua estreia no longa sobre a vida cotidiana de muitos palestinos, famílias forçadas a viver separadas por melhores escolas e oportunidades de trabalho, vivendo vidas de “licenças”, “identidade israelense” e intermináveis postos de controle e bloqueios de estradas que as pessoas comuns devem navegar e suportar só para passar o dia.
Nayfeh e sua estrela, Ali Suliman (“The Kingdom”, “Huda's Salon”), personalizam este julgamento diário, levando-nos à busca simples de Mustafa para estar ao lado de seu filho em um hospital em Hadera. Suliman passa o filme inteiro em fervura, prestes a transbordar de raiva, indignação e frustração à beira das lágrimas. Unterberger nos dá um cineasta corajoso, mas ingênuo, com um senso de mistério e sem escrúpulos quanto a atalhos éticos ou morais.
A cada desvio, a cada passagem por “colonos” israelenses que protestam/ameaçam, um outdoor de Netanyahu/Trump, cada confronto e cada parada não planejada, vemos aquela lacuna de “200 metros” crescendo e refletimos sobre o destino daqueles que lutam para chegar ao fim desta viagem sem fim.