Deserto Particular é um longa-metragem com direção de Aly Muritiba roteirizado em parceria com Henrique Santos. A obra foi produzida pela Grafo Audiovisual. Desde sua estréia mundial (Giornate degli Autori, 2021), o filme teve boa recepção, tendo sido ovacionado por 10 minutos em Veneza e levou o Prêmio do Público. Foi selecionado pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Visuais para ser o representante brasileiro no Oscar na categoria Melhor Filme Internacional em 2022.
No Brasil, foi lançado pela Pandora Filmes nos cinemas em 25 de novembro de 2021. Antes do lançamento nos cinemas do país, foi apresentado na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Depois de ser demitido por violência, um policial procura no país por sua amante online que desapareceu inesperadamente.
Em Deserto Particular, Daniel é um policial exemplar, mas acaba cometendo um erro que coloca em risco sua carreira e sua honra. Quando nada mais parece o prender a Curitiba, ele parte em busca de Sara, uma mulher com quem se relaciona virtualmente. Ele então mergulha em um intenso processo interno para aprender a lidar melhor com seus próprios afetos.
Sara, uma mulher que conheceu em uma sala de bate-papo mas nunca se conheceu pessoalmente por mora do outro lado do país, está sempre no centro dos pensamentos de Daniel ( Antonio Saboia ). Mas nosso homem, um policial suspenso do serviço ativo por agredir um novo recruta, tem muito, muito mais em mente: o julgamento que o aguarda, por exemplo (que até chegou ao noticiário), e a ajuda necessária por seu pai doente, um ex-soldado que não fala mais e que agora precisa de cuidados 24 horas por dia. A primeira metade do filme segue Daniel em sua vida cinzenta do dia-a-dia, enquanto ele procura empregos braçais, como servir como segurança em uma boate, e briga com sua irmã, que quer transferir seu pai para uma casa de repouso e que, fundamentalmente, se apaixonou por uma mulher, para grande desaprovação do irmão.
A única pessoa que consegue fazer Daniel sorrir é Sara, com quem troca mensagens e fotos no celular. Um dia, porém, a mulher de repente para de atender o telefone e desaparece. Daniel decide entrar no carro e parte em direção ao Norte, largando tudo, inclusive o pai, e viajando três mil quilômetros na esperança de encontrá-la. E é aqui que o diretor parece querer começar seu filme, rolando os créditos de abertura por cerca de meia hora. Assim que chegou ao seu destino, Daniel cobriu a pequena cidade onde Sara mora com pôsteres com sua foto, na esperança de que alguém a reconhecesse e lhe dissesse onde ela está. De fato, um homem liga para ele e diz onde está a mulher, mas não fala muito mais.
No meio do filme, o ponto de vista muda, em todos os sentidos. Vemos quem Sara realmente é e entramos em sua vida cotidiana e dupla. Nesse ínterim, Daniel rastreou sua amada por telefone e pede para encontrá-la com insistência crescente. Sara não pode mais evitar o inevitável.
Deserto Particular se mostra uma escolha interessante para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria Melhor Filme Internacional no Oscar 2022. O filme trata de questões sociais e políticas importantes, como outros filmes nacionais fizeram anteriormente no Oscar, por exemplo os aclamados O Pagador de Promessas e Cidade de Deus. Ao mesmo tempo, ele não deixa de ser um retrato de vivências e encontros de uma cultura brasileira tão diversa, focando em como o amor pode transformar vidas.
No final das contas, Deserto Particular é uma história de amor e encontros inesperados que nos reconectam com nós mesmos e nossas emoções. Em tempos de tanto ódio no mundo, o diretor Aly Muritiba apresenta um filme sensível e universal sobre como o amor pode transformar vidas e libertar as pessoas de suas próprias prisões pessoais, ao mesmo tempo que aborda as diversidades sociais e culturais no Brasil buscando um futuro mais tolerante e compreensivo com as diferenças de cada um.
Private Desert é a história de um encontro inesperado que questiona as certezas de um homem, dando origem à decepção, raiva e, por fim, agressão, antes de ajudá-lo gradualmente a se reconectar consigo mesmo e com suas emoções. É a história de um feitiço quebrado, uma relação impossível que vê duas almas suspensas entre o amor e o ódio, mas é também um encontro entre dois mundos distintos: o frio e conservador Sul do Brasil e o mais ensolarado e progressivo Norte. Tudo isto é enfrentado com grande delicadeza e amparado por intensas atuações (protagoniza Pedro Fasanaro ao lado de Antonio Sabola), resultando em um filme delicadamente equilibrado que questiona o conceito de liberdade pessoal e o peso das gaiolas que erguemos em nossas próprias mentes.
Private Desert é produzida pela brasileira Grafo Audiovisual, em co-produção com a portuguesa Fado Filmes . As vendas internacionais estão nas mãos da Intramovies .