Vatican City #1 - Crítica

"Cidade do Vaticano": A Nova Onda de Terror Vampírico nas HQs

Prepare-se para mergulhar em uma narrativa sombria e visualmente arrebatadora: "Cidade do Vaticano", a mais nova série de quadrinhos escrita por Mark Millar, com arte de Per Berg e publicação da Dark Horse Comics, é uma experiência intensa que promete redefinir o gênero vampírico nas HQs contemporâneas.

Lançada em 9 de abril de 2025, essa história sangrenta e hipnotizante traz uma abordagem ousada sobre os vampiros, colocando-os não como figuras misteriosas à espreita, mas como predadores impiedosos que tomam de assalto um dos centros mais simbólicos da fé cristã: o Vaticano.

O Terror Começa Sem Aviso

Logo nas primeiras páginas, é impossível ignorar a atmosfera de pânico que se instala. Os vampiros não estão mais se escondendo — eles assumiram o controle, e os efeitos são imediatos. A cidade santa se transforma em um cenário de horror explícito, com ataques brutais que não fazem distinção de idade ou inocência. O leitor é jogado diretamente nesse pesadelo urbano, onde o sangue escorre pelas ruas e a esperança se esvai diante de criaturas que parecem encontrar prazer no sofrimento alheio.

Um Vampiro em Princeton: A Expansão do Caos

Embora o Vaticano seja o foco, a história se expande para outros lugares, como Princeton, Nova Jersey, onde uma família é atacada por um vampiro de aparência particularmente perturbadora. Essa descentralização do terror sugere que a ameaça é global, e não apenas localizada, aumentando a tensão da narrativa e o escopo da história.

A reação da população e das forças policiais não demora a acontecer, mas é desesperada e ineficaz diante da força sobrenatural dos vampiros. A cena com as pessoas suplicando por seus entes queridos adiciona uma camada de desespero emocional à já intensa narrativa.

Reinvenção das Regras Vampíricas

Uma das maiores surpresas da série é a forma como ela reinventa as regras clássicas sobre vampiros. Diferente da tradição onde a luz solar é um fator letal, aqui, os vampiros parecem operar mesmo à luz do dia, aumentando sua ameaça e imprevisibilidade. Essa quebra de expectativa é um dos elementos mais cativantes da trama, que propõe um novo olhar sobre criaturas tão já exploradas pela mídia.

A Arte: Brutal, Expressiva e Inovadora

A colaboração entre Millar e Per Berg é um dos pontos altos da HQ. A arte de Berg não apenas complementa, mas eleva a narrativa a outro patamar, com um estilo próprio que destaca a brutalidade e a agilidade dos vampiros em ação. As cenas gráficas são ousadas, carregadas de emoção, e transmitem com intensidade a natureza violenta e sádica das criaturas.

Visualmente, a HQ se diferencia de outros títulos do gênero, com painéis dinâmicos e expressivos que capturam tanto o horror quanto a impotência dos personagens humanos. Berg utiliza sombras, contraste e traços agressivos para enfatizar a ameaça constante.

A Força do Mistério e o Desejo pelo Próximo Capítulo

O que mais instiga, além da ação, é o mistério não revelado: qual é a motivação por trás da invasão vampírica ao Vaticano? O roteiro de Millar evita entregar respostas fáceis. Em vez disso, ele plantas pistas e encerra a primeira edição com um cliffhanger afiado, deixando o leitor com uma necessidade quase física de saber o que acontece a seguir.

Esse aspecto é fundamental para o sucesso de qualquer estreia em série — e "Cidade do Vaticano" faz isso com maestria.

Uma Estreia Explosiva e Necessária

"Cidade do Vaticano" não é apenas mais uma HQ sobre vampiros. É um manifesto visual e narrativo de como o terror pode ser reinventado nos quadrinhos, combinando ação visceral, subversão de mitos clássicos e uma arte que não tem medo de ser chocante.

Para fãs de horror, vampiros ou simplesmente boas histórias em quadrinhos, essa é uma leitura obrigatória — e com certeza, uma das mais promissoras estreias de 2025.

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