SUPERMAN #25: UM MARCO ÉPICO NA SAGA DO HOMEM DE AÇO
Como especialista em quadrinhos, posso afirmar com segurança: Superman #25 não é apenas mais uma edição no vasto legado do Último Filho de Krypton. Trata-se de um capítulo decisivo, onde Joshua Williamson consolida meses de construção narrativa em uma história repleta de ação, reflexão e profundidade emocional.
A BATALHA DEFINITIVA: SUPERMAN VS. X-EL
Desde a capa, somos alertados: esta é uma "questão marcante" — e a promessa é cumprida. O grande confronto entre Superman e uma versão corrompida e poderosa de Lex Luthor, chamada X-El, é o centro gravitacional da edição. X-El é uma ameaça formidável: possui todos os poderes do Superman combinados com a astúcia e a sede de controle de Luthor. E o embate se torna ainda mais angustiante quando descobrimos que Superman enfrenta essa luta enquanto sofre os efeitos de um envenenamento por kryptonita, orquestrado por Mercy Graves.
A tensão só aumenta com a presença de aliados inesperados: a Superwoman e o verdadeiro Lex Luthor, que ainda permanece, ao menos por enquanto, no lado do bem. A presença deles dá ao conflito uma complexidade maior — uma guerra em vários níveis, tanto física quanto moral.
UMA NARRATIVA CONSTRUÍDA COM PRECISÃO
A grandiosidade deste momento não surge do nada. Williamson preparou o terreno com maestria, desde o momento em que Luthor entrega suas empresas ao Superman, passando pela trama “House of Brainiac” e culminando nos efeitos do evento “Poder Absoluto”. Cada um desses arcos contribuiu para a atmosfera tensa e imprevisível que culmina nesta edição.
Além da batalha espetacular, a edição recapitula e honra eventos e personagens anteriores, funcionando quase como uma celebração da atual fase do herói e ao mesmo tempo um trampolim para as histórias que estão por vir.
LEX LUTHOR: MONSTRO, HOMEM, OU HERÓI?
Mas o que realmente eleva Superman #25 a outro patamar é a abordagem filosófica e psicológica de Williamson sobre Lex Luthor. Ele propõe uma pergunta que ressoa há décadas no Universo DC: “Lex Luthor pode ser realmente bom?”
A resposta não vem de forma simples. Ao apresentar três encarnações distintas de Luthor — o vilão clássico, o Luthor reformado das edições recentes, e o aterrorizante X-El —, o roteirista convida o leitor a refletir sobre redenção, identidade e livre-arbítrio. É um estudo de personagem envolvente e sofisticado, que lança uma nova luz sobre o eterno antagonista do Superman.
ARTE EM TRÊS ATOS: UMA EXPERIÊNCIA VISUAL DESLUMBRANTE
A escolha de dividir a arte da edição entre três artistas diferentes não só é eficaz como genial. Cada segmento ganha uma atmosfera única, refletindo o tom específico de cada momento da narrativa:
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Jamal Campbell brilha no prólogo, com um estilo mais leve e cartunesco que ecoa o início da série, além de entregar adoráveis versões chibi de Superman e Lex.
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Eddy Barrows e Eber Ferreira assumem a primeira parte do combate, com linhas intensas e energia crua que capturam perfeitamente o caos da batalha entre titãs.
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Dan Mora entrega o clímax, e sua arte — já conhecida por sua expressividade dinâmica — atinge novos patamares, especialmente ao retratar a deterioração física de X-El, revelando seu DNA de Bizarro e a transformação grotesca que isso provoca.
O PODER DAS CORES: UM TRABALHO EXCEPCIONAL DE ALEJANDRO SANCHEZ
As cores desempenham um papel fundamental nesta edição, e Alejandro Sanchez está em sua melhor forma. O verde radioativo da kryptonita, o vermelho e azul vibrantes das ações do casal Kent, e o brilho sobrenatural de Marilyn Moonlight adicionam camadas emocionais à narrativa visual.
Um dos momentos mais memoráveis é uma cena de flashback entre Lex e Mercy, com arte em preto e branco quebrada por notas de verde — uma escolha artística que ecoa o conflito interno de Luthor e o envenenamento simbólico que ele carrega.
CONCLUSÃO: UM VERDADEIRO MARCO NA HISTÓRIA DO SUPER-HOMEM
Superman #25 é mais do que uma edição comemorativa. É um ponto de inflexão que mistura ação grandiosa com dilemas morais complexos e execução visual primorosa. Joshua Williamson e sua equipe criativa entregam um trabalho que honra o legado do herói e prepara o terreno para mais 25 edições — e além.