Wolverine #6: Uma Edição Padrão, Cheia de Ação, Mas Sem Profundidade
Em Wolverine #5, a história deixou os leitores em um dramático cliffhanger, quando Logan descobriu os horríveis efeitos da infecção Adamantine, uma entidade que ataca qualquer um conectado ao Adamantium. Após uma luta brutal com Cyber, Wolverine acreditava que havia vencido o inimigo, mas ele ainda não sabia que a verdadeira batalha estava apenas começando. Como Logan descobriu, a infecção já havia tomado conta dele. Com essa tensão não resolvida, Wolverine #6 retoma a trama e continua a saga.
Uma Aventura Acelerada, Mas Superficial
"Wolverine #6" começa com Logan acordando profundamente subterrâneo, como se estivesse preso por milênios, como um minério de metal. É uma metáfora visual para sua longa e dolorosa história com o Adamantium e o custo que isso teve sobre ele. O som de uma voz familiar — Nightcrawler — o ajuda a voltar à realidade, trazendo-o de volta ao local de sua última batalha com Cyber. A partir daí, a ação acelera à medida que Wolverine e Nightcrawler partem para investigar, apenas para descobrir que Wendigo e o resto dos X-Men desapareceram misteriosamente.
A trama logo pula de uma confrontação para outra. Wolverine e Nightcrawler rastreiam o odor de Wendigo e descobrem que a criatura sem consciência está envolvida em uma luta com X-23 (Laura). É um momento surpreendente, já que X-23 está investigando as mortes misteriosas ligadas ao processamento de Adamantium, o que leva ao conflito com Wendigo. No entanto, Wolverine intervém, acalmando a criatura e desacelerando a situação — para surpresa de X-23.
Logo depois, os scanners de Nightcrawler detectam que inimigos conhecidos — Cyber, Lady Deathstrike e Constrictor — estão atacando um Data Center que guarda arquivos sensíveis sobre o processamento de Adamantium. O Blackbird está danificado demais para voar, então Nightcrawler BAMF Wolverine e X-23 para o Arizona (uma jogada ousada, considerando a incerteza de se teleportar para um local desconhecido). Lá, Wolverine e X-23 encontram uma cena perturbadora: técnicos de TI mortos, Donald Pierce (um novo acólito do Adamantine) e o líder vivo do culto do Adamantine — Romulus.
A edição termina em um tom de suspense, com a trama insinuando futuras confrontações sem fornecer as respostas cruciais para o mistério maior. A pergunta permanece: O que o Adamantine quer e por quê?
Primeiras Impressões: Uma Leitura Acelerada, Mas Superficial
Ao ler "Wolverine #6", a primeira impressão é de decepção. A edição entrega ação sem parar — Wolverine corre de uma luta para outra — mas há pouco para se investir emocionalmente ou narrativamente. Embora o roteiro de Saladin Ahmed garanta que o quadrinho nunca se torne entediante em termos de ritmo, a falta de desenvolvimento substancial da trama torna difícil se importar com o que está acontecendo.
De uma perspectiva de narrativa, a edição parece mais um capítulo de preenchimento em uma narrativa maior que não chega a atingir todo o seu potencial. A aparência de Romulus, um antagonista de longa data de Wolverine, falha em gerar o tipo de entusiasmo que se espera. Este realmente foi o "momento uau" que a Marvel esperava?
A Arte: Eficaz, Mas Sem Memória
A arte de Martín Cóccolo é competente, mas não espetacular. O ritmo e a ação fluem bem, e Cóccolo entrega movimentos dinâmicos que se alinham com a energia do roteiro. A narrativa visual é fluida, e as cenas de luta são particularmente envolventes, o que é essencial para um personagem como Wolverine.
Dito isso, as orelhas do capô de X-23 sempre foram um ponto de discórdia, e aqui, Cóccolo também parece inseguro sobre como fazer isso funcionar. A aparência estranha do capô tira um pouco do design geral, o que poderia ser tratado de forma mais eficaz — esse é um elemento recorrente visto em trabalhos passados (como em NYX), e continua sendo algo que distrai.
O Que É Bom em Wolverine #6?
Se você é fã de ação acelerada e movimento constante, "Wolverine #6" certamente entrega. O roteiro de Saladin Ahmed garante que não há espaço para diminuir a velocidade. Leitores que buscam uma leitura rápida e cheia de socos não vão se decepcionar. A constante escalada do conflito físico é o coração desta edição, e isso a torna uma boa leitura se você não se importar com o desenvolvimento da trama ou com momentos profundos de personagens.
Além disso, a química entre Wolverine e Nightcrawler é sempre um destaque. Ambos são personagens experientes com uma longa história, e suas interações trazem uma sensação confortável de familiaridade, mesmo quando a trama não se aprofunda nas complexidades da dinâmica entre eles.
O Que Não É Bom em Wolverine #6?
Onde a edição falha é na falta de uma narrativa envolvente. A infecção Adamantine é uma força misteriosa, mas a edição não se dá ao trabalho de explicar seus objetivos ou as consequências envolvidas. Por que os leitores deveriam se importar em impedir essa infecção? O que vai acontecer se Wolverine falhar? Essas questões vitais permanecem sem resposta, deixando o leitor com uma sensação de frustração e confusão.
A inclusão de Romulus parece sem brilho. Embora Romulus seja uma figura do passado de Wolverine, sua presença aqui não eleva a trama ou as apostas. Isso revela um problema mais profundo: a história carece de profundidade. O roteiro de Ahmed parece depender de ação para gerar excitação, mas sem a base de uma boa história ou motivações claras para os vilões, a edição se torna apenas mais uma aventura genérica de Wolverine. Em uma série que possui uma mitologia tão rica, essa falta de foco na narrativa maior é lamentável.
Uma Edição Esquecível em uma Série Sem Foco
Wolverine #6 acaba sendo uma oportunidade perdida. Embora a edição tenha sucesso em fornecer ação e espetáculo, falta os elementos cruciais que poderiam torná-la realmente memorável. Sem desenvolvimento significativo da trama ou momentos mais profundos de personagens, fica difícil se manter engajado com a história.
Para os fãs de Wolverine que simplesmente gostam de vê-lo lutar contra inimigos, esta edição pode satisfazer. No entanto, para aqueles que esperam uma narrativa intrincada e centrada no personagem ou uma exploração mais profunda da história do Adamantine, Wolverine #6 deixa muito a desejar.