Superman #23 - Crítica

 Analisando Superman #23: A Distorção do Tempo, Crises e Reviravoltas de Joshua Williamson

Superman #23, lançado em 26 de fevereiro de 2025, apresenta uma história recheada de tensão, reflexões sobre escolhas morais e um vislumbre intrigante sobre o futuro. O escritor Joshua Williamson continua a explorar os desafios do Homem de Aço e seus entes queridos, enquanto apresenta um antagonista capaz de distorcer o tempo, criando um ambiente onde eventos se repetem e futuros possíveis podem ser descartados. Este elemento central serve como um ponto de virada importante, colocando Lois Lane no mesmo dilema que seu marido enfrentou anteriormente.

O Confronto com o Senhor do Tempo: Lois Lane em Foco

O que torna este número particularmente significativo é como ele se configura como um espelho para Superman #20. Se naquela edição foi o próprio Superman que enfrentou a escolha proposta pelo Senhor do Tempo, agora, Lois Lane ocupa o mesmo lugar. A jornalista, famosa por sua astúcia e instinto investigativo, se vê diante de uma decisão crucial. Ela reagirá da mesma maneira que Clark Kent, ou tomará uma abordagem mais decidida? A situação em que ela se encontra reflete a habilidade de Williamson de explorar como Lois e Clark lidam com uma crise de forma diferente. Enquanto Superman tenta razoar e pensar nas consequências de suas ações, Lois, com sua natureza de repórter, está sempre em busca da verdade, não importa o custo.

O ponto de virada na edição acontece quando Lois, ao experimentar os poderes de Superman, se torna mais arrogante — uma evolução que já havia sido abordada nas edições anteriores. Esse comportamento culmina em um momento chocante que reverbera ao longo da edição e transforma o desenrolar da trama, criando uma tensão palpável.

Ezoico e o Desenvolvimento das Tramas Futuras

O enredo também serve como uma plataforma para futuras histórias, com várias dicas de eventos que ainda estão por vir. A potencial volta de Lex Luthor à sua essência vilanesca é uma das sugestões mais notáveis, além do fato de Superwoman estar prestes a ganhar seu primeiro grande inimigo. Além disso, a trama não deixa de remeter a arcos passados, como o retorno de inimigos antigos do Superman, e até mesmo toca em uma linha solta do DC All-In Special.

Apesar de suas qualidades, pode-se argumentar que a edição carece de certa coesão, com várias tramas sendo apresentadas de maneira um tanto forçada. A independência das edições anteriores, em que histórias mais focadas e isoladas foram apresentadas, contrasta com esse volume de arcos futuros que parecem estar sendo "engavetados". Contudo, Joshua Williamson faz o possível para que essas conexões se desenrolem de maneira natural, criando um equilíbrio entre desenvolvimento imediato e construção de expectativas para o futuro.

A Arte de Dan Mora: A Intensidade Visual que Define a Edição

Se as tramas de Williamson podem ser debatidas, a arte de Dan Mora é inegavelmente impressionante. Mora se recusa a desacelerar, oferecendo algumas das sequências de ação mais visualmente impactantes que os fãs já viram em uma HQ do Superman. Em uma das passagens mais intensas da edição, vemos a família Superman enfrentando as forças de Radiant, quebrando aço e vidro em uma cena que ocupa duas páginas inteiras, carregadas de movimento e emoção. A fúria do Superman também é representada em um painel onde ele desferirá uma série de socos no rosto do Senhor do Tempo, evocando o estilo de luta da famosa série Dragon Ball Z, com uma intensidade única.

Mas talvez o maior destaque visual da edição aconteça nas páginas de abertura, quando Lois e o Senhor do Tempo estão suspensos fora do tempo, em uma espécie de vácuo temporal. Alejandro Sanchez, responsável pelas cores, utiliza tons pálidos de roxo para criar uma atmosfera surreal, onde parece que nada está se movendo, exceto eles dois. A tensão no cenário congelado aumenta, dando uma sensação de que o tempo está se distorcendo ao redor deles. A escolha de cores também se destaca em momentos cruciais, como quando a raiva do Superman é expressa, fazendo com que até as letras da edição se tingem de vermelho, um detalhe perturbador que adiciona um peso visual à narrativa.

Reviravoltas e Apostas Altas no Universo do Superman

Superman #23 se destaca por sua habilidade de unir elementos emocionais e visuais de maneira única. O enredo, ainda que recheado de reviravoltas e pistas para eventos futuros, apresenta uma verdadeira explosão de ação e drama, culminando em uma reviravolta chocante no final. Com o olhar voltado para o que está por vir, fica claro que a DC está apostando pesado no Superman neste ano, oferecendo aos leitores não apenas uma grande história, mas também uma janela para um futuro recheado de novas ameaças e alianças.

Além disso, é interessante observar como essa edição antecede o "Verão do Superman", sinalizando um evento que pode definir o futuro do Homem de Aço. Mesmo com alguns pontos que podem parecer uma "engavetamento narrativo", o trabalho de Joshua Williamson mantém o leitor engajado, construindo uma história onde as escolhas e consequências são fundamentais para o destino de seus personagens.

Superman #23 como Marco para o Futuro

Em um ano que promete muito para o Superman, Superman #23 se revela como uma peça fundamental no quebra-cabeça narrativo que se desenrola. A edição não só explora a dinâmica entre Lois e Clark, mas também introduz novos arcos e vilões, ao mesmo tempo em que solidifica o legado de Dan Mora na arte das HQs do Homem de Aço. Enquanto a distorção do tempo e as escolhas que os personagens enfrentam são temas centrais, o verdadeiro impacto da edição está em como ela prepara o terreno para o que está por vir — e promete manter os fãs da DC na ponta da cadeira, aguardando o próximo capítulo.

Superman #23 é uma edição que não deve ser subestimada. Mesmo com algumas críticas em relação ao seu ritmo narrativo, ela é um testemunho da grandiosidade do Superman e das possibilidades ilimitadas dentro do seu universo.

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