Phantom Brave: The Lost Hero é uma sequência muito aguardada da clássica série de RPG tático da Nippon Ichi Software, lançada originalmente em 2004. Desde seu lançamento inicial, o jogo passou por várias versões em diversas plataformas, desde o PlayStation 2 até a mais recente versão para PlayStation 5. No entanto, a questão que persiste é: será que a desenvolvedora fez bem em revisitar este mundo para criar uma sequência, ou seria melhor deixar o fantasma no passado? Neste artigo, exploramos os principais aspectos de Phantom Brave: The Lost Hero, analisando se a sequência foi capaz de manter a qualidade do jogo original e se valeu a pena a aposta na continuidade da história.
A História e Personagens
Phantom Brave: The Lost Hero se passa seis meses após os eventos do primeiro jogo e acompanha a jornada de Marona e Ash. Marona, uma jovem que no passado foi chamada de "A Possuída" devido à sua habilidade de se comunicar com as almas dos mortos, chamada Phantoms, está agora mais respeitada pelos cidadãos de Ivoire. Ao lado de Ash, um Phantom que atua como seu guardião, ela embarca em uma nova aventura após o encontro com uma frota fantasmagórica. Após um ataque da Shipwreck Fleet, Marona se vê em uma ilha deserta sem Ash e com grande parte de seus poderes perdidos. A história segue com Marona e a Phantom chamada Apricot, que busca por seu pai, em uma jornada de autodescobertas e mistérios.
A narrativa continua a ser rica em reviravoltas, mantendo a leveza e o tom divertido do primeiro jogo, ao mesmo tempo que introduz momentos de maior profundidade emocional. O desenvolvimento dos personagens, tanto os retornantes quanto os novos, é uma das maiores forças do título, mantendo os jogadores investidos na trama.
Estilo Visual e Design Gráfico
Em termos de estética, a principal mudança em The Lost Hero é a substituição dos sprites 2D pixelados por modelos 3D no estilo chibi. Embora isso traga uma visão mais nítida e limpa dos personagens e do ambiente, também elimina um pouco do charme nostálgico da arte pixelizada do jogo original. No entanto, essa mudança não é completamente negativa, já que a paleta vibrante e a quase sensação de arte desenhada à mão conferem ao jogo uma identidade própria e ainda cativante. A capacidade de rotacionar a câmera para explorar o mundo também é um grande avanço, permitindo que os jogadores apreciem os cenários detalhados de uma maneira mais envolvente.
Trilha Sonora e Áudio
A música de The Lost Hero é outro destaque positivo. Com faixas relaxantes que combinam perfeitamente com os ambientes tropicais de certas ilhas, o jogo oferece uma variedade de composições que acompanham os momentos mais tranquilos e as batalhas intensas. No entanto, a dublagem do jogo apresenta alguns altos e baixos. Embora a maioria dos personagens tenha uma boa performance, Ash, por exemplo, soa um pouco fora de sintonia em algumas partes. Felizmente, é possível alternar para a dublagem em japonês, que oferece uma performance mais consistente e de maior qualidade.
Mecânicas de Combate e Jogabilidade
A jogabilidade de Phantom Brave: The Lost Hero mantém o estilo único de combate tático sem grade (gridless), que foi um dos grandes atrativos do título anterior. Embora os jogos de RPG tático baseados em grade sejam comuns, o estilo livre de Phantom Brave oferece maior flexibilidade no posicionamento das unidades e nas ações executadas, o que adiciona uma camada extra de estratégia. Cada personagem tem uma área circular ao seu redor onde pode se mover, permitindo movimentos e ataques dinâmicos.
O sistema de invocação de Phantoms segue sendo central para o combate. Marona pode confinar Phantoms a objetos, como árvores ou rochas, para ganhar poderes especiais e usá-los contra os inimigos. A mecânica de Remove, que limita o tempo de uso de cada Phantom no campo de batalha, é inicialmente desafiadora, mas pode ser gerenciada por Marona, que tem habilidades para prolongar o tempo de ação dos Phantoms.
Além disso, a possibilidade de criar Phantoms de várias classes, como Striker, Witch e Sailor, e personalizar suas habilidades e resistências, oferece uma profundidade estratégica impressionante. Existem mais de 50 classes para escolher, permitindo uma grande variedade na formação da equipe, embora isso possa ser um pouco avassalador para os iniciantes. Felizmente, o jogo oferece um log de ajuda dentro do próprio jogo para auxiliar os jogadores a entenderem o que está acontecendo.
Mecânicas Avançadas: Gadgets e Confriend
Uma das adições mais interessantes em The Lost Hero são os Gadgets. Durante o combate, Marona pode usar itens especiais, como canhões e catapultas, para fornecer habilidades poderosas aos seus Phantoms. Esses itens podem causar danos massivos e adicionar uma camada extra de complexidade às batalhas. Outra habilidade interessante é a Confriend, que permite a Marona se fundir com um Phantom, dando-lhe novas habilidades e aparência por um curto período, lembrando a fusão de Dragon Ball.
Gerenciamento de Base e Expansão
Quando não está em combate, Marona passa tempo em sua base de operações na Ilha Skullrock, onde pode atribuir Phantoms a várias funções. Isso inclui atividades como abrir uma loja ou explorar dungeons, o que aumenta a variedade e a longevidade do jogo. Embora não seja uma mecânica complexa, ela adiciona uma camada de gerenciamento e construção que contribui para o crescimento do personagem e da equipe, além de expandir a experiência.
Phantom Brave: The Lost Hero é uma continuação que mantém a essência do jogo original e a aprimora com mecânicas mais complexas e um estilo visual renovado. Para os fãs do primeiro jogo, a sequência oferece um retorno gratificante a um mundo rico e encantador, repleto de novas estratégias e desafios. Embora o estilo gráfico 3D e algumas questões de dublagem possam não agradar a todos, a profundidade do combate e a personalização de personagens são suficientes para justificar a sequência.
Se você é fã de RPGs táticos que oferecem estratégias desafiadoras, uma história envolvente e profundidade em suas mecânicas, Phantom Brave: The Lost Hero certamente vale a pena. A qualidade do design, a estratégia tática e a imersão proporcionada pela história fazem do jogo uma excelente adição ao gênero, atendendo a uma ampla gama de jogadores. Para os fãs de Nippon Ichi Software, este título é mais uma prova de sua maestria no design de jogos.