What If…? Galactus Transformed Hulk? #1: A Surprising Herald with Room for Growth
A série What If…? da Marvel Comics sempre foi um ponto de destaque para os fãs de histórias alternativas, explorando realidades paralelas onde as coisas podem tomar rumos inesperados. Com sua popularidade crescente, até mesmo gerando uma série de TV, o conceito de mundos alternativos se expandiu para novos e emocionantes territórios. Desta vez, a Marvel ousa mais uma vez ao mudar o papel de Galactus, o devorador de mundos, em uma edição que traz uma das figuras mais poderosas do Universo Marvel para o papel de Herald: O Hulk.
Com What If…? Galactus Transformed Hulk? #1, a Marvel nos apresenta uma realidade alternativa onde o Hulk assume uma posição que já foi de Silver Surfer, sendo um dos mais fortes heróis da Terra e agora sendo um heraldo ao lado do próprio Galactus. Se por um lado esse conceito é interessante e cheio de potencial, por outro, a edição acaba não sendo totalmente satisfatória, deixando um gosto de "quero mais" nos leitores. Vamos analisar por que a ideia é intrigante, mas o resultado final deixa um pouco a desejar.
O Contexto de Hulk como Herald
A premissa de What If…? Galactus Transformed Hulk? começa com um conceito que, para muitos, faz total sentido: Hulk como Herald de Galactus. Sabemos que o Hulk é uma das forças mais devastadoras do Universo Marvel, e sua força bruta combinada com a capacidade de destruição de Galactus não poderia ser subestimada. Mat Groom, o roteirista, constrói de maneira inteligente a premissa de que Bruce Banner, ao aceitar o papel de Herald, estaria buscando uma forma de se afastar da Terra e manter os outros a salvo. Essa motivação, combinada com o aspecto moral de Hulk, é o que torna a história plausível e relevante.
A narrativa começa com Bruce Banner viajando para um planeta prestes a ser consumido por Galactus, com a missão de advertir os habitantes. Como é típico do herói, Banner tenta dar uma chance para que o povo se salve, mas encontra resistência de maneira previsível. O dilema interno de Banner e sua transformação em Hulk fazem o início da história uma entrada fascinante para esse mundo alternativo.
A Arte de Lan Medina: Uma Apresentação Poderosa
A arte de Lan Medina, com cores de Juancho Velez, é um dos pontos fortes desta edição. O desenho de Medina, com sua habilidade para retratar cenas de grande escala e impacto visual, é ideal para a magnitude de uma história envolvendo Galactus e Hulk. Desde a transformação de Hulk em Herald até a destruição que ele pode causar como tal, cada cena é desenhada com uma intensidade visual que reflete o poder da narrativa.
O uso das cores também é importante para mostrar a escala épica que envolve a destruição de planetas, além de dar vida a momentos mais íntimos da jornada de Hulk. As cenas de luta e destruição são repletas de detalhes e intensas, transmitindo a magnitude do conflito e o conflito interno do personagem. A arte de Medina realmente eleva a experiência visual da edição, deixando o leitor empolgado, mesmo quando a história não segue a mesma intensidade.
A Falta de Fechamento na Narrativa
Apesar de uma premissa instigante e uma arte poderosa, What If…? Galactus Transformed Hulk? #1 enfrenta um problema fundamental: falta de uma conclusão satisfatória. Mesmo com o termo “Fim” estampado na última página, o que temos é a sensação de que a história está apenas começando. O conflito principal envolvendo Hulk, Galactus, e os Vingadores, que são apresentados como a força de resistência para deter Hulk, é rapidamente colocado em cena. Isso, por si só, poderia ser um grande momento de ação e drama, mas o número termina sem realmente explorar o suficiente, deixando muitos pontos sem resolução.
Esse estilo aberto de narrativa pode ser eficaz em algumas situações, mas em um formato de one-shot como esse, o leitor espera uma experiência mais completa. O que começa como uma história de grande escala acaba sendo apenas um fragmento de algo maior, e isso pode frustrar os fãs que estavam esperando por um desfecho mais concreto.
A Lógica de Hulk Como Herald de Galactus
Ao longo da edição, Mat Groom faz um trabalho consistente ao justificar a transformação de Hulk em Herald de Galactus. A ideia de que Bruce Banner vê isso como uma forma de manter a Terra segura ao se afastar dela é uma motivação interessante e convincente. Essa dinâmica é bem explorada na história, e é algo que acrescenta uma nova camada ao caráter de Hulk. Ao mesmo tempo, a interação com os Vingadores e a tentativa de resistência contra ele adiciona ainda mais complexidade moral à situação.
No entanto, o verdadeiro dilema de Hulk como Herald não está em sua força bruta, mas na maneira como ele é forçado a tomar decisões difíceis. O que ele representa não é só um instrumento de destruição, mas um símbolo de sacrifício. Ao lado de Galactus, Hulk é mais do que uma arma — ele é alguém tentando encontrar seu próprio caminho enquanto mantém a Terra fora do alcance da destruição, o que faz com que essa história se sinta mais próxima de um conflito interno do que uma simples história de luta.
Uma Promessa com Potencial
What If…? Galactus Transformed Hulk? #1 tem uma premissa fascinante, uma arte excelente e algumas ideias sólidas que poderiam ter sido melhor exploradas. A ideia de Hulk assumindo o papel de Herald de Galactus é uma escolha lógica, e os leitores podem se divertir com a exploração dessa realidade alternativa. No entanto, o que realmente deixa a desejar é a falta de um fechamento satisfatório.
A edição termina em uma nota aberta, sugerindo que algo maior está por vir, mas isso pode frustrar aqueles que estavam esperando por uma narrativa autossuficiente. Embora a arte de Lan Medina e a escrita de Mat Groom entreguem momentos impactantes, What If…? Galactus Transformed Hulk? #1 ainda deixa a sensação de que há mais a ser explorado, mas não oferece a experiência completa que os leitores de histórias alternativas esperam. Se essa história for parte de um arco maior, ela pode ser recompensadora, mas isoladamente, ela oferece mais potencial do que conclusão.