Ofertas do dia da Amazon!

Uncanny X-Men #9 - Crítica

 Análise Detalhada de Uncanny X-Men #9: Uma História Desorganizada e Sem Foco

Uncanny X-Men #9, lançado em 22 de janeiro de 2025, traz mais uma edição de uma das franquias mais icônicas dos quadrinhos. Contudo, esta edição em particular parece carecer de direção, com uma narrativa que mistura slice-of-life e ação de forma descoordenada. Escrito por Gail Simone e com arte de Andrei Bressan, o número tem sido amplamente criticado por sua falta de foco e por apresentar vilões que mais parecem bufões incompetentes do que ameaças reais. Vamos analisar os pontos principais dessa edição e tentar entender o que funcionou e o que falhou.

O Enredo de Uncanny X-Men #9: Confusão e Falta de Propósito

A história começa com Rogue convocando os Outliers, um grupo de jovens mutantes, para uma reunião. Depois da recente batalha, ela percebe que é hora de começar a trabalhar seriamente na formação de uma equipe, com os membros mais experientes da equipe X se incumbindo de mentorear os Outliers. O enredo, portanto, se divide entre cenas de interação entre os X-Men veteranos e os Outliers, além de alguns momentos que tentam introduzir novos vilões.

Jubilee, por exemplo, tenta se aproximar de Deathdream, um mutante emocionalmente distante, fazendo um gesto simples mas significativo ao criar uma bola de fogo para ele. Wolverine tenta persuadir Ransom a permanecer com a equipe, enquanto outros membros, como Jitter e Calico, se envolvem em uma sequência de dança improvisada que culmina em um beijo lésbico.

Na sequência, Rogue envia os Outliers para o shopping, com uma grande quantia em dinheiro para compras e diversão. A tranquilidade, no entanto, é interrompida por um ataque de Trask e sua Wolfpack, uma equipe de sentinelas em forma de cães, que são lançados no shopping para testar sua eficácia.

O Problema Central: Faltam Direção e Coesão

O maior problema de Uncanny X-Men #9 é a falta de direção clara. O enredo parece não ter um propósito central, e a alternância entre cenas de interação pessoal e conflitos com vilões não consegue criar uma narrativa coesa. Gail Simone tenta explorar a dinâmica de grupo entre os Outliers e seus mentores, mas o faz de maneira que se sente forçada e sem propósito. A trama se baseia em uma série de cenas expositivas que não contribuem para um desenvolvimento claro ou consistente da história.

Além disso, o conflito com a Wolfpack e o ataque no shopping não fazem sentido, dado que os cientistas que criaram os sentinelas cães sabem que as criaturas são incontroláveis. O lançamento dos hounds em um ambiente público, como um shopping cheio de civis, não tem lógica, e a motivação por trás dessa ação se perde. Qual era o objetivo de Trask? O ataque no shopping não leva a lugar algum, a não ser uma matança inútil, sem consequências significativas para o enredo.

Personagens e Dinâmica de Grupo: Momentos de Caráter, Mas Pouca Coesão

Embora o enredo seja falho, há alguns momentos interessantes entre os personagens. A tentativa de Jubilee de se conectar com Deathdream, o isolado mutante emo, é uma das poucas cenas que mostram um pouco de profundidade emocional. O mesmo pode ser dito sobre o momento de Wolverine e Ransom, onde a tentativa de manter o grupo unido parece mais uma questão de responsabilidade do que uma verdadeira conexão emocional.

No entanto, esses momentos são muito dispersos ao longo da edição, e a sensação é que os personagens estão apenas preenchendo espaço até que a ação aconteça, o que torna as interações um tanto inconsequentes. O beijo lésbico entre Jitter e Calico, por exemplo, embora sendo uma escolha progressista e simbólica, parece forçado dentro do contexto da história e não tem um impacto real no desenvolvimento dos personagens ou na trama como um todo.

A Arte: O Melhor Aspecto da Edição

Um dos poucos aspectos que se salvam em Uncanny X-Men #9 é a arte de Andrei Bressan, que traz um estilo único que mistura o trabalho de Frank Quitely e Moebius. As ilustrações de Bressan são, sem dúvida, o ponto alto desta edição. Ele consegue transmitir a emoção das interações pessoais entre os mutantes de forma eficaz, especialmente nas cenas mais intimistas e nas discussões entre os personagens.

Apesar da falta de ação significativa em grande parte da edição, as sequências que apresentam algum tipo de confronto, como o ataque no shopping, são bem executadas. O design dos personagens e o estilo fluido de Bressan conferem à edição um visual agradável, que contrasta com a falta de consistência no enredo. A arte, portanto, oferece um alívio visual em meio a um roteiro que deixa muito a desejar.

O Grande Problema: Vilões Incompetentes e Falta de Coesão

O principal vilão desta edição é a Wolfpack, uma equipe de sentinelas em forma de cães que são essencialmente falhas e incontroláveis. A ideia de Trask, o criador desses sentinelas, de lançar os cães em um shopping cheio de civis é completamente ilógica. Como mencionado antes, os cientistas sabiam que essas criaturas eram glitchy e incontroláveis, então qual era o objetivo do ataque? O enredo não fornece uma explicação plausível para essa ação, o que faz a presença dos vilões parecer mais uma incompetência narrativa do que uma ameaça real.

A incoerência dos vilões não se limita à Wolfpack. O próprio Trask, que deve ser uma figura ameaçadora, é mostrado de forma desprezível e ridícula, fazendo com que qualquer momento em que ele aparece pareça uma perda de tempo. Essa falta de profundidade nas motivações e planos dos vilões enfraquece ainda mais a edição.

Uncanny X-Men #9 - Uma Edição Fraca e Desorganizada

Em suma, Uncanny X-Men #9 falha em vários níveis. O roteiro de Gail Simone mistura slice-of-life e ação confusa de maneira desorganizada, sem apresentar um propósito claro ou uma direção para os personagens. As cenas de interação entre os Outliers e os X-Men mais experientes são interessantes, mas não suficientes para sustentar uma trama sem foco. O vilão e a ação são extremamente mal planejados, e o único ponto realmente positivo é a arte de Andrei Bressan, que consegue salvar uma edição de outra forma sem direção.

Para quem é fã da franquia e de histórias com mais profundidade e coesão, Uncanny X-Men #9 é uma decepção. A falta de progresso significativo na narrativa e a incoerência dos vilões tornam essa edição uma das mais fracas da série. A sensação é de que o potencial da história foi desperdiçado, e a edição não conseguiu entregar uma trama que realmente avance ou gere uma experiência memorável para os leitores.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem