Análise de Immortal Thor #19: Setup e Promessas Não Cumpridas no Reino de Asgard
A edição Immortal Thor #19, lançada em 15 de janeiro de 2025, chega com uma premissa aparentemente promissora: novas aventuras e jornadas de personagens dentro do vasto e rico universo de Asgard. Porém, ao longo de suas páginas, esta edição revela-se mais como uma introdução sem grande substância, deixando a sensação de que poderia ter sido uma história mais impactante. Com a escrita de Al Ewing e arte de Jan Bazaldua e Dan Jurgens, o quadrinho parece focar em preparar o terreno para futuros arcos narrativos, mas perde a oportunidade de entregar uma trama memorável por si só. Vamos explorar os pontos principais dessa edição.
Premissa: Uma Jornada Sem Direção
A proposta central de Immortal Thor #19 é simples: Magni, o filho de Thor de uma linha temporal alternativa, busca encontrar seu lugar no novo universo em que se encontra. A premissa soa como o começo de uma grande aventura, com Magni viajando por Asgard e encontrando personagens relevantes ao longo de sua jornada. No entanto, o que seria uma narrativa emocionante e cheia de oportunidades para exploração de personagem se transforma em um número sem muita substância.
O grande problema é que não há história propriamente dita. A edição se dedica a apresentar pequenas cenas e interações, sem realmente desenvolver uma trama coesa. Magni se vê em encontros superficiais com vários personagens, mas esses momentos não evoluem para algo significativo. Ele até cruza caminhos com Blackjack O'Hare, um personagem dos Guardians of the Galaxy, que poderia sugerir uma nova parceria, mas a interação é rasa e não acrescenta nada substancial à história. A edição também compartilha espaço com Amora, a Feiticeira Escarlate, e Skurge, o Exterminador, mas essas subtramas também são mais estabelecimentos de ideias do que realmente histórias em si.
A Arte: Diversidade Visual com Qualidade
Apesar das falhas narrativas, uma das qualidades que se destaca em Immortal Thor #19 é a arte. Com vários artistas contribuindo para este número, a diversidade no estilo de ilustração acaba sendo uma vantagem, pois cada um traz algo único às páginas que ilustra. Jan Bazaldua e Dan Jurgens entregam momentos de grande impacto visual, com cenas de ação bem desenhadas e detalhes ricos que trazem a grandiosidade de Asgard para as páginas de maneira envolvente. A transição entre os artistas não causa grandes rupturas no fluxo visual da edição, o que contribui para uma experiência de leitura coesa do ponto de vista gráfico.
Embora a arte tenha seus méritos, ela não consegue superar a sensação de que o conteúdo da história não faz justiça à sua grandiosidade visual. O potencial estava ali, mas foi limitado pela falta de um arco mais substancial.
Setup para o Futuro: O Que Está Por Vir?
A grande crítica a Immortal Thor #19 é sua excessiva dependência de setup para futuros arcos. O número se passa quase inteiramente preparando o terreno para o que está por vir, ao invés de oferecer uma narrativa autossuficiente. O destaque maior vai para uma conversa aparentemente casual entre Tiwaz, o avô de Odin, e Utgard-Loki, que, embora intrigante, não leva a uma conclusão ou conflito imediato. Essa conversa parece mais uma maneira de Al Ewing costurar o futuro da série do que desenvolver a trama presente.
Além disso, há outra interação relevante entre Tiwaz e o Loki original, ainda banido em sua forma de adversário, que sugere que o "primeiro ato" da história está chegando ao fim. Isso pode se referir ao término do arco atual da luta contra os deuses de Utgard, o que cria uma expectativa para o próximo número, mas, em termos de conteúdo, o que temos aqui é mais uma pausa narrativa do que uma continuação fluida.
Esse foco no futuro pode ser frustrante para os leitores que esperavam mais substância na história atual. A edição não oferece muito para os fãs que buscam um desenvolvimento maior dos personagens ou uma narrativa mais empolgante e autoral. Em vez disso, ela se limita a construir ideias para o que pode vir a seguir.
Temas e Conflitos Não Resolvidos
Dentro de uma das temáticas recorrentes da edição, a busca de Magni por seu lugar no universo de Asgard, temos uma exploração superficial de sua identidade e de como ele se encaixa na nova ordem de coisas. No entanto, como o próprio Magni não avança de maneira significativa em sua jornada, os temas de identidade e pertencimento ficam apenas sugeridos, sem se concretizar. Em vez de uma aventura pessoal, vemos apenas uma sucessão de encontros breves e quase sem consequência. Para um personagem como Magni, que tem o potencial de ser muito mais do que um simples coadjuvante, essa falta de exploração é uma grande perda.
Da mesma forma, a presença de Amora e Skurge sugere que esses personagens terão um papel importante no futuro, mas, no presente, suas ações são apenas esboços do que está por vir, sem muito impacto imediato. Essa abordagem de construção de futuras tramas acaba diluindo o interesse por uma história que poderia ser mais autossuficiente.
Uma Edição que Promete, Mas Não Entrega
Immortal Thor #19 é uma edição de transição que se dedica quase que exclusivamente a preparar o palco para futuras histórias, em vez de apresentar uma trama sólida e satisfatória por si só. Embora a arte seja um ponto alto e a introdução de personagens e ideias tenha potencial, a falta de uma história concreta e a sensação de que estamos apenas esperando o próximo capítulo são os principais pontos negativos.
Com Al Ewing construindo uma narrativa mais ampla, fica claro que a expectativa para os próximos números cresce, especialmente com as revelações sobre os deuses de Utgard e a iminente conclusão do primeiro ato. No entanto, para quem esperava um conteúdo mais substancial nesta edição, a decepção é inevitável. A promessa de ação e aventura é substituída por uma sequência de setups que, embora interessantes para os fãs mais dedicados, deixam a desejar no quesito entrega imediata.
A edição deixa uma sensação agridoce, pois enquanto prepara o cenário para algo maior, ela falha em fornecer uma leitura satisfatória no presente. Esperemos que o próximo número consiga entregar o impacto e a profundidade que Immortal Thor sabe oferecer quando está em sua melhor forma.