Análise Completa de "Fantastic Four #28": Doutor Doom, Magia e Viagens no Tempo em um Universo em Transformação
A edição #28 de Fantastic Four, lançada em 22 de janeiro de 2025, traz mais um capítulo intrigante da jornada do Quarteto Fantástico. Sob a escrita habilidosa de Ryan North e a arte expressiva de Steven Cummings, esta história dá continuidade à saga de Doutor Doom como o novo Mago Supremo da Terra e suas consequências, além de explorar dinâmicas familiares e intriga mágica. Ao mesmo tempo, a trama amplia o impacto do vilão, revelando suas manobras estratégicas para consolidar seu poder no evento One World Under Doom. Vamos analisar os principais pontos da edição.
Doutor Doom como Mago Supremo e o Desafio de Reed Richards
Desde o final de Blood Hunt, Doutor Doom assumiu o título de Mago Supremo da Terra, um status que, como seria de se esperar, não agradou em nada seu arqui-inimigo, Reed Richards, o Mister Fantastic. O enredo nos coloca em uma situação tensa: Latveria, o país governado por Doom, está completamente isolado por um dome mágico de metal impenetrável. Apesar das tentativas do Quarteto Fantástico, especialmente de Reed, o poder mágico que Doom manipula continua sendo um obstáculo insuperável, gerando um conflito que move boa parte da trama.
Reed, obcecado em resolver o mistério e romper o campo mágico, está em uma espiral de frustração. Sue Storm, sua parceira e esposa, desempenha um papel essencial ao equilibrar o fardo que Reed carrega. Ela não apenas o apoia emocionalmente, mas também sugere uma solução: buscar a ajuda de Dane Whitman, o Cavaleiro Negro, que possui conhecimentos em magia e física. Este é um momento chave, pois reflete a natureza da relação entre Reed e Sue, onde, apesar das tensões, sua parceria se fortalece.
A Jornada no Tempo e a Busca por Uma Arma Mágica
A busca por uma arma mágica para romper o campo de Doom leva os personagens a uma viagem no tempo. Eles se dirigem para a Primeira Guerra Mundial em busca da Fated Blade, uma espada mágica que pode cortar qualquer coisa de maneira irreparável, alterando o fluxo do tempo. Essa arma, ao que parece, seria a chave para deter Doom de uma vez por todas. Porém, as coisas tomam um rumo inesperado.
Ao encontrar a Fated Blade, as intenções de Dane Whitman começam a ficar mais obscuras. Ele, subitamente, começa a tratar Reed com uma frieza estranha, chamando-o por seu sobrenome, “Richards”, e revelando uma mudança de comportamento preocupante. Para quem já acompanha o Quarteto Fantástico, isso indica algo maior e mais sinistro à espreita. E, como esperado, o grande vilão por trás de tudo é Doutor Doom, que orquestrou toda a situação para que Reed e Sue entregassem, sem saber, a arma que poderia ter sido usada contra ele. O enredo mais uma vez destaca a genialidade maléfica de Doom, que manipula seus inimigos e o destino de maneira magistral.
Doom e o Começo do Evento One World Under Doom
Após essa revelação, quando os heróis retornam ao futuro, descobrem que Doom, agora autoproclamado Imperador Doom, conseguiu usar a Fated Blade para consolidar seu domínio sobre o mundo, dando início ao evento One World Under Doom. A virada de jogo é um excelente exemplo de como Ryan North tem construído sua narrativa, conectando momentos aparentemente isolados, mas que, ao longo do tempo, se entrelaçam em uma trama maior. A ascensão de Doom, como já mencionado, promete ter implicações não só para os membros do Quarteto Fantástico, mas para todo o universo Marvel.
A Personalidade de Dane Whitman e a Crítica a Reed Richards
Outro ponto interessante desta edição é a personagem de Dane Whitman. O Cavaleiro Negro, que normalmente seria uma figura mais séria e confiável, aqui aparece com uma postura claramente afetada. A influência de Doom sobre ele é sutil, mas eficaz, e levanta questões sobre como o vilão pode manipular até os mais fortes heróis. Dane se torna uma figura algo imprevisível, um pouco desajustada, o que acaba acrescentando um toque de mistério e imprevisibilidade à história.
Outro aspecto que chama atenção é a postura de Reed Richards em relação à magia. Reed sempre foi um personagem cético, especialmente quando se trata de magia. Ele tem uma história complicada com o sobrenatural, tendo combatido seres como Ghost Rider, lutado contra vampiros e até mesmo viajado para o além para salvar um amigo. No entanto, ele insiste em não levar a magia a sério. Esse conflito interno de Reed é bem explorado por Ryan North, tornando o personagem mais tridimensional e, paradoxalmente, mais falho em suas visões científicas. A recusa de Reed em reconhecer a magia como uma força real e importante reflete uma limitação que ele tem de aceitar no seu próprio intelecto.
A Arte de Steven Cummings e o Estilo Visual
No que diz respeito à arte, Steven Cummings volta ao comando depois de uma edição ausente, trazendo um estilo que complementa bem a escrita de Ryan North. Embora a arte de Cummings não tenha o mesmo tom exagerado e cartunesco de Fiorelli, há uma riqueza emocional nas expressões dos personagens. O exemplo mais marcante disso é na última página, quando vemos Dane Whitman com uma expressão de loucura nos olhos, evidenciando como ele foi corrompido pela influência de Doom. Wayne Faucher nos inks e Jesus Aburtov nas cores fazem um excelente trabalho ao realçar a arte, proporcionando um equilíbrio visual que torna cada página impactante.
Uma Continuação Empolgante para o Universo Marvel
Fantastic Four #28 é uma edição que mistura viagens no tempo, magia e intriga política com o estilo clássico de Ryan North, que sabe como balancear os momentos de ação e de caráter. A maneira como ele constrói o vilão Doutor Doom e o conflito interno de Reed Richards são os principais motores dessa história, que traz consequências não só para o Quarteto Fantástico, mas para o universo Marvel como um todo. A interação entre Reed e Sue, a busca por armas mágicas e a corrupção de personagens como Dane Whitman são elementos-chave que tornam este número uma das melhores edições recentes da série.
Com a continuidade do evento One World Under Doom, as coisas só tendem a ficar mais complexas e intensas. A forma como Doom manipula o cenário global e como isso afeta as dinâmicas familiares e heroicas promete gerar grandes repercussões nas próximas edições. Sem dúvida, Fantastic Four #28 é uma leitura essencial para quem acompanha o impacto de Doom no universo Marvel e a luta incansável de Reed Richards.