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Dexter: Pecado Original (2024- ) - Crítica

 "Dexter: Original Sin" – A Retrospectiva Repetitiva e Sem Inovação

O universo de "Dexter" é uma das franquias mais emblemáticas da televisão moderna, com seu protagonista sendo um dos anti-heróis mais icônicos da era contemporânea. Após o controverso fim de "Dexter: New Blood" em 2021, onde o personagem de Michael C. Hall aparentemente encontra um destino fatal, muitos acreditavam que o ciclo da série havia se encerrado definitivamente. Porém, como se fosse um vampiro que não consegue morrer, a franquia retorna com uma prequela intitulada "Dexter: Original Sin", tentando reviver a essência da série original enquanto ainda lida com a falta de novas ideias. Este artigo busca analisar os principais pontos desta nova série e o que ela faz (ou não faz) para avançar a mitologia de Dexter Morgan.

A Premissa: Uma Mistura de Nostalgia e Repetição

A principal premissa de "Dexter: Original Sin" é um retorno ao passado, especificamente para o ano de 1991, onde um jovem Dexter Morgan (interpretado por Patrick Gibson) começa sua jornada como estagiário na polícia de Miami. Ao lado dessa nova linha do tempo, o show também tenta desfazer o final de "New Blood" ao revelar que Dexter sobreviveu, e toda a história de "Original Sin" é na verdade uma série de memórias enquanto ele está sob a faca de um cirurgião. Isso cria um cenário de retrocesso, onde o público é novamente levado a explorar os eventos do passado de Dexter, quando ele ainda era um jovem imaturo lidando com suas primeiras experiências de assassinato.

No entanto, um dos maiores problemas de "Original Sin" é que ele tenta reviver a magia da série original, sem oferecer nada de novo ou realmente surpreendente. As principais reviravoltas e eventos estão, de fato, já bem conhecidos pelos fãs da série original. Por exemplo, a figura do pai adotivo Harry Morgan, que ajuda Dexter a moldar sua moralidade distorcida, já foi explorada exaustivamente nas temporadas anteriores. E o primeiro assassinato de Dexter, quando ele mata uma enfermeira, já está solidamente fixado no cânone da série. Isso faz com que a série pareça estar repetindo eventos que o público já conhece, criando um sentimento de déjà vu que prejudica seu impacto.

Personagens Familiarmente Repetitivos: A Falta de Inovação

Outro ponto que se destaca em "Dexter: Original Sin" é o uso de personagens e arcos narrativos que não trazem nenhuma novidade para a história. Batista e Masuka, figuras conhecidas da série original, aparecem novamente com suas características estereotipadas: Batista sendo o bom colega de trabalho com um senso de humor descontraído e Masuka continuando a ser o colega engraçado e inadequado. O fato de eles estarem praticamente iguais ao que eram no início de "Dexter" só reforça a sensação de que a série está reciclando ideias, ao invés de trazer algo de novo e relevante para a história.

Maria LaGuerta, que aqui ganha uma nova abordagem, é retratada como uma detetive crítica em relação à maneira como a divisão de homicídios se concentra excessivamente em vítimas brancas e ricas. Embora esse arco pareça uma tentativa de modernizar a narrativa, ele não é explorado de forma profunda o suficiente, fazendo com que a personagem se mantenha basicamente a mesma de antes. O show tenta fazer com que o público sinta uma conexão emocional com esses personagens, mas sem apresentar novas camadas de profundidade ou desenvolvimento significativo, a série falha nesse aspecto.

O Problema com a Cronologia: Tentativa de Reviver e Não de Inovar

A cronologia da série, que se passa em 1991, nos dá uma sensação de nostalgia, com música dos anos 90 tocando nas cenas e até mesmo a escolha de figurinos que remetem à época. Contudo, isso acaba tornando a história algo quase unidimensional. O público já conhece as origens de Dexter, e a série tenta preencher lacunas, como o relacionamento de Dexter com a sua irmã Deb (interpretada por Molly Brown) e seu primeiro assassinato. Mas, apesar dessa tentativa de exploração da juventude de Dexter, a narrativa falha em construir algo novo ou significativo a partir desses eventos já conhecidos. Em vez disso, "Original Sin" parece apenas uma tentativa de reviver e recontar a história sem uma nova perspectiva ou evolução na trama.

A série introduz novos personagens, como Tanya Martin, interpretada por Sarah Michelle Gellar, e Aaron Spencer, vivido por Patrick Dempsey, mas esses rostos conhecidos são mais um truque de nostalgia do que uma tentativa de trazer algo realmente fresco e inovador. Esses novos personagens são mais superficiais e não oferecem um desenvolvimento realmente interessante ou necessário para a história. A série, então, acaba sendo carregada pela nostalgia, sem conseguir se desvincular do passado que está tentando reviver.

O Retorno de Michael C. Hall: A Voz que Não Inova

Um dos poucos aspectos interessantes de "Dexter: Original Sin" é o retorno de Michael C. Hall como a voz do Dexter mais velho, narrando os eventos enquanto o personagem se encontra no hospital. No entanto, mesmo com essa conexão com o Dexter original, o uso de flashbacks e da voz de Hall acaba não sendo suficiente para evitar que a série se arraste na repetição. Enquanto o primeiro Dexter encantou os espectadores pela complexidade do personagem e seus dilemas morais, o Dexter de "Original Sin" parece preso a trilhas já trilhadas, sem realmente avançar em sua jornada interna ou oferecer novas revelações.

Um Passado Desgastado e sem Inovação

"Dexter: Original Sin" falha em muitos aspectos ao tentar reviver a franquia. Embora tente explorar a juventude de Dexter e oferecer uma nova perspectiva sobre sua criação, a série acaba sendo um exercício de nostalgia excessiva e falta de originalidade. Personagens conhecidos são recirculados sem uma real inovação, a cronologia dos anos 90, em vez de trazer frescor, só remete à repetição, e a tentativa de expandir a história de Dexter acaba sendo insuficiente e sem impacto. Para os fãs de longa data, pode ser interessante ver essas figuras novamente, mas para quem busca algo novo e relevante, "Original Sin" se apresenta como um conto vazio do que poderia ter sido uma nova era para a franquia.

Se você já viu a série original e "New Blood", não espere nada de novo ou revolucionário de "Dexter: Original Sin". É uma série que tenta viver do passado, mas que, no processo, deixa de criar algo realmente significativo para o futuro de seu protagonista.

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