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Birds of Prey #16 - Crítica

 Análise de Birds of Prey #16: A Luta Contra a Corporação Ninth Day e as Falhas de Personagem

A edição mais recente de Birds of Prey, lançada em 4 de dezembro de 2024, traz um enredo focado na luta contra a Ninth Day Corporation, uma organização corrupta que sequestra amazonas para realizar experimentos. Embora o roteiro de Kelly Thompson tenha seus méritos, especialmente na ação e no conceito por trás da Corporação, há problemas significativos de caracterização que prejudicam o andamento da história. A edição #16 tenta capturar a essência das Birds of Prey tradicionais, mas acaba falhando em oferecer uma narrativa sólida centrada nos personagens, o que compromete a experiência.

A Ação Está de Volta, Mas a Carência de Profundidade Prejudica a História

Em termos de ação, Birds of Prey #16 é bem executado. A batalha entre as heroínas e os agentes da Ninth Day Corporation é dinâmica e visualmente interessante, principalmente devido ao trabalho de Sami Basri, cujas ilustrações capturam com eficácia a intensidade das cenas de combate. A ação é envolvente, especialmente em momentos como a uso do grito de canário de Dinah, que é um dos destaques visuais da edição.

No entanto, embora o ritmo da ação seja adequado, a história carece de um foco maior nas personagens e no desenvolvimento das suas motivações. Barbara Gordon, Dinah Lance e a equipe das Birds estão em uma missão importante, mas a falta de subjetividade e profundidade nos personagens torna difícil o engajamento emocional com os eventos que estão acontecendo. A trama envolvendo a Ninth Day Corporation, embora seja um excelente ponto de partida para uma aventura das Birds of Prey, acaba por se tornar apenas mais uma premissa sem muito impacto, já que as motivações das personagens e os conflitos internos não são bem explorados.

A Inclusão de Onyx e Grace: Personagens Sem Propósito

Um dos maiores problemas dessa edição é a inclusão de personagens como Onyx e Grace, que desempenham papéis periféricos no enredo. Embora essas duas personagens tenham potencial, elas são tratadas como simples dispositivos de enredo, sem qualquer desenvolvimento significativo. Thompson não oferece características ou motivações claras para elas, tornando suas presenças na história redundantes e pouco interessantes.

Essas personagens poderiam facilmente ser substituídas por qualquer outro "músculo contratado" e a história não perderia nada. A decisão de Thompson de usar uma equipe rotativa conforme a missão avança é uma tentativa de trazer diversidade ao grupo, mas a abordagem superficial com que ela desenvolve as relações e personalidades das Birds resulta em uma falta de coerência e autenticidade nas interações entre os membros da equipe. Isso fica particularmente evidente no caso de Cassandra Cain, que, como já foi apontado em críticas anteriores, não parece de forma alguma a Cassandra Cain conhecida, sendo reduzida a uma personagem que poderia ser qualquer outra.

O Estilo de Escrita de Kelly Thompson: Falta de Gravidade e Profundidade

Ao comparar o trabalho de Kelly Thompson com os arcos clássicos de Birds of Prey, como aqueles escritos por Chuck Dixon e Gail Simone, fica claro o abismo existente no tratamento dos personagens e na gravidade das situações. Dixon e Simone souberam equilibrar a ação com momentos profundos de caracterização e uma gravidade emocional que fazia com que o leitor se importasse com as personagens e suas missões. Por outro lado, Thompson parece mais interessada em seguir a estrutura de uma história de ação, onde os personagens existem apenas para avançar a trama.

Embora Thompson tente explorar as tensões internas das Birds com a incorporação de conflitos emocionais, especialmente entre Barbara e Dinah, a execução desses momentos falha em criar algo significativo. A relação de Cassandra com as outras personagens também sofre com isso, já que não há um desenvolvimento real de sua evolução ou de seu papel no time. As interações acabam se tornando mais previsíveis e rasas, sem o peso que as personagens merecem.

A Influência do Passado: Reflexões Sobre as Raízes das Birds of Prey

Ao longo de suas edições, as Birds of Prey sempre foram definidas por sua caracterização forte e sua dinâmica única de equipe. Era isso que as tornava atraentes para os fãs — os laços entre Barbara, Dinah e as outras heroínas da equipe. Ao olhar para os primeiros volumes dos anos 90, é evidente a maturidade do enredo, com grande foco no desenvolvimento dos personagens e nas decisões éticas e morais que moldavam suas ações. Chuck Dixon e Gail Simone criaram histórias que, embora envolvendo ação, tinham um nível de gravidade e complexidade emocional que permitia que os leitores se conectassem verdadeiramente com os personagens.

Infelizmente, a tentativa de Thompson de emular esse tipo de narrativa falha em transmitir a mesma profundidade e seriedade. A edição #16, apesar de ser funcional em termos de ação, não oferece nada realmente impactante em termos de personagens e relacionamentos. Thompson está claramente aprendendo no caminho, mas sua execução de uma história das Birds of Prey carece de coerência e profundidade, prejudicando qualquer tentativa de criar um vínculo real entre os leitores e as personagens.

Uma História com Potencial, Mas Sem Alma

Em Birds of Prey #16, Kelly Thompson apresenta uma história cheia de ação, mas faltando no que diz respeito a caracterização e desenvolvimento de personagens. Embora a premissa envolvendo a Ninth Day Corporation seja interessante e a arte de Sami Basri continue a ser um ponto positivo, a falta de conflitos emocionais reais e de relações autênticas entre as Birds torna a leitura uma experiência menos envolvente do que poderia ser. 

O trabalho de Thompson, apesar de ser funcional, não chega a capturar a essência do que tornou a série das Birds of Prey especial, deixando os leitores desejando uma abordagem mais sólida e mais focada no que realmente importa: os personagens.

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