Explorando o Início do Fim de The Sovereign: Análise de Wonder Woman #15
Wonder Woman #15 marca o início do mais novo arco da série, intitulado "Fury", onde a Mulher-Maravilha assume uma postura ofensiva em sua luta contra The Sovereign, após o trágico evento de Wonder Woman #14, que resultou na morte de Steve Trevor. Este arco começa com um tom de vingança, mas logo se transforma em uma exploração do impacto da perda e das escolhas que Diana fará enquanto tenta proteger aqueles que ama. A edição também destaca os personagens de apoio da série, incluindo Wonder Girl (Cassie Sandsmark), Wonder Girl (Yara Flor), Donna Troy, e Cheetah, que se unem para atacar os interesses financeiros de The Sovereign. Ao mesmo tempo, o backup, desenhado por Khary Randolph, oferece uma visão única do pós-vida de Steve Trevor, mergulhando nas consequências de sua morte e no impacto de sua relação com Diana.
O Backup: Tom King e o Amor de Steve Trevor por Diana
O backup dessa edição, escrito por Tom King e ilustrado por Khary Randolph, oferece uma visão profunda e emocional de Steve Trevor após sua morte, levando os leitores a uma jornada pelo pós-vida. Durante sua passagem para o além, Trevor é apresentado ao melhor que o Elísio tem a oferecer. Essa história, contada sob uma perspectiva em primeira pessoa, busca dar um merecido foco a Steve, cujo personagem havia sido marginalizado nas edições anteriores, principalmente após sua morte abrupta em Wonder Woman #14.
King faz algo singular ao destacar o amor e a afeição de Steve por Diana como o ponto central de sua identidade. Ao invés de seguir a fórmula tradicional de retratar heróis masculinos como figuras independentes, o escritor inverte essa dinâmica, fazendo com que a vida de Steve seja irremediavelmente definida por seu relacionamento com Diana. Essa escolha subverte as expectativas do público e reforça uma das mensagens principais de King: o amor de Diana tem o poder de moldar e transformar a vida daqueles ao seu redor, algo que a distingue de figuras como Batman ou Superman. Em muitos aspectos, o relacionamento de Steve com Diana se torna um reflexo de como o amor dela transcende a simples amizade e se infiltra no coração daqueles que a conhecem e a amam, tornando-se uma força formadora em suas vidas.
O Arco Principal: Diana Entra em Ação
Passando para a história principal, Tom King e o desenhista Daniel Sampere nos entregam uma edição marcada pela simplicidade na sua execução, mas que carrega um peso emocional significativo. Até agora, Diana tem se mostrado reativa em relação a The Sovereign — o vilão que tem causado a destruição de sua vida de forma metódica e fria, muitas vezes agindo de seu trono com arrogância e desprezo. Em Wonder Woman #15, a narrativa começa a virar a maré contra ele, com Diana tomando a ofensiva. O objetivo? Destruir o que ele mais valoriza: o dinheiro e o poder que ele adquiriu através de métodos corruptos.
A estrutura da edição, marcada pela reciprocidade das ações de Diana e de The Sovereign, pode ser vista como uma representação visual de como a luta entre eles se repete, mas em papéis trocados. The Sovereign usou de sua riqueza e poder para destruir a vida de Diana, enquanto ela agora visa derrubar seus interesses financeiros como uma forma de dar início à sua própria vitória. Essa dinâmica é reforçada pela citação famosa de George Lucas, que afirma que "é como poesia, ela rima". O jogo de poder entre Diana e seu inimigo reflete a forma como ambos se confrontam em um ciclo de destruição e reação.
Essa abordagem também serve para reforçar uma das críticas mais incisivas da série: a corrupção dos líderes e o poder que advém do controle financeiro. O foco de Diana em atacar os bens e interesses financeiros de The Sovereign é uma metáfora para as desigualdades de poder no mundo real, especialmente nas estruturas políticas e econômicas que giram em torno da riqueza e do controle. O arco de King não é apenas uma história de super-heróis, mas também uma reflexão crítica sobre as questões de poder e corrupção no mundo moderno.
As Heroínas de Diana: A Força da Super Família
Outro aspecto fascinante de Wonder Woman #15 é o foco nas heroínas ao lado de Diana. Cassie Sandsmark (Wonder Girl), Yara Flor (Wonder Girl), Donna Troy, e até Cheetah têm papéis significativos no desenvolvimento da trama, com cada uma delas sendo encarregada de atacar os bens financeiros de The Sovereign. A forma como Daniel Sampere retrata essas personagens é notável. Não apenas pela ação empolgante, mas também por como ele captura suas personalidades distintas, ao mesmo tempo em que reflete o treinamento compartilhado com Diana.
Sampere faz algo brilhante ao integrar características de Diana em todas as suas discípulas, criando uma sensação de unidade e continuidade nas ações dessas heroínas. Embora cada uma tenha seu próprio estilo e motivação, suas reações e decisões no campo de batalha têm uma marca da liderança de Diana. Esse retrato coletivo das mulheres em ação é não apenas empoderador, mas também reforça a ideia de que Diana é mais do que uma heroína solitária; ela é uma líder que inspira e forma outras heroínas.
A Arte: Sampere e Randolph Criam um Mundo Visualmente Marcante
Além da escrita, a arte de Daniel Sampere e o backup de Khary Randolph são pontos altos desta edição. Sampere tem um talento excepcional para capturar o dinamismo das lutas e a profundidade emocional dos personagens, especialmente nas cenas de ação com as heroínas. A forma como ele desenha as diferentes personagens da Super Família de Diana ajuda a destacar suas personalidades únicas, ao mesmo tempo que faz com que as interações entre elas pareçam naturais e fluidas.
Por outro lado, o trabalho de Khary Randolph no backup, ilustrando o pós-vida de Steve Trevor, oferece uma abordagem mais introspectiva e contemplativa. Seus desenhos trazem um tom etéreo e emocional, que complementa perfeitamente a narração em primeira pessoa de Tom King. A visão de Randolph do Elísio e da jornada espiritual de Steve dá ao personagem uma nova dimensão, mostrando a continuidade de sua história, mesmo após sua morte.
Conclusões Finais: A Luta Contra The Sovereign Está Apenas Começando
Wonder Woman #15 marca o início de um arco cheio de potencial e reflexões sociais profundas, misturando ação com críticas ao poder e à corrupção. Com Tom King no comando da escrita, a série segue desafiando as normas e oferecendo novas perspectivas sobre a Mulher-Maravilha e seus relacionamentos, especialmente o amor que ela inspira. As dinâmicas familiares e de amizade dentro da Super Família ganham destaque, e a arte de Daniel Sampere torna a ação e as emoções ainda mais intensas.
Embora a edição se concentre na construção da tensão entre Diana e The Sovereign, ela também oferece uma mensagem poderosa sobre o impacto do poder financeiro no mundo moderno, enquanto nos presenteia com momentos emocionantes de introspecção e crescimento de personagens. Este número é apenas o começo do fim para The Sovereign, e os leitores certamente estarão ansiosos para ver como Diana e sua equipe vão lidar com a última fase desta luta épica.