Análise Profunda de The Immortal Thor #17: A Ascensão do Deus, a Trapaça da Feiticeira e a Luta pelo Destino
A edição The Immortal Thor #17, lançada em 20 de novembro de 2024 pela Marvel Comics, mergulha mais fundo na jornada do Thor Odinson, o Deus do Trovão, enquanto ele navega por traições, retornos inesperados e novos dilemas místicos. Sob a direção criativa do escritor Al Ewing e os traços de Jan Bazaldua, o enredo desta edição nos apresenta uma reviravolta que desafia a própria natureza de Thor, seus poderes e sua autonomia como herói. A morte de Thor, ou pelo menos sua aparente morte, serve como um catalisador para uma narrativa que mistura misticismo, traição e uma luta pela própria identidade do Deus do Trovão.
O Fim (Ou Quase) de Thor: Transformação em Pedra e o Retorno da Consciência
A edição anterior deixou os leitores com uma pergunta crucial: Thor está realmente morto? O vilão Grey Gargoyle consegue, com a ajuda de outros criminosos como Radioactive Man, Cobra e Mister Hyde, emboscar e transformar Thor em pedra. O golpe fatal ocorre quando Mister Hyde quebra a estátua, aparentemente destruindo o deus nórdico. Porém, como em qualquer boa história de Thor, a morte raramente é permanente, e Thor se encontra em uma jornada cósmica de autoconhecimento e renascimento.
Dentro de um vazio eterno, a consciência de Thor viaja até o mundo interior do Dr. Donald Blake, sua antiga identidade humana. Aqui, em um confronto tenso, Donald Blake recrimina Thor, repreendendo-o pela perda de controle e pela falta de agência sobre sua própria vida. Blake revela a Thor que ele deve lutar para retornar à vida, não como um simples retorno físico, mas como uma renovação de seu propósito e poder. Esta cena é crucial, pois coloca em dúvida a visão do próprio Thor sobre si mesmo e sobre o seu papel como líder e herói. O peso da culpa e da responsabilidade recai sobre os ombros de Thor, forçando-o a confrontar suas falhas pessoais e cósmicas.
A Retorno Triunfal de Thor: O Desafio de Vingança
Enquanto os vilões comemoram sua vitória temporária, Thor, em sua forma estatuária, começa a se recompor magicamente. A magia que ele possui dentro de si é o que o faz ressurgir, mais poderoso e mais furioso do que nunca. Quando retorna à vida, Thor ameaça destruir o Radioactive Man, e a tensão na cena é palpável. Os vilões, surpresos e aterrorizados, se retiram, temendo o poder renovado do Deus do Trovão.
Esse momento marca um ponto de virada na história, pois Thor não só se recupera fisicamente, mas também assume uma nova postura diante de seus inimigos e de seu destino. Não há mais espaço para hesitações ou jogos de poder. Thor está decidido a agir, mas seu retorno à vida não é sem consequências.
A Feiticeira e a Trapaça: A Ressurreição de Magni
O que parecia ser uma dívida de honra com Amora, a Feiticeira Escarlate, acaba se revelando uma trama mais intrincada e traiçoeira. Amora, que havia ajudado a trazer Thor de volta à vida, tem um pedido: ela deseja que seu filho, Iric, seja ressuscitado. O ato de Thor parece simples e benevolente, mas as coisas tomam um rumo inesperado. Ao usar o Poder de Asgard para restaurar o que foi perdido, Thor descobre que Amora tinha outros planos.
Em uma reviravolta surpreendente, **Amora usa o desejo concedido para trazer à vida seu filho Magni—um filho de Thor de uma linha temporal alternativa. Esse momento coloca Thor em uma posição difícil, pois ele não só é confrontado com uma ressurreição de um ser de outro tempo, mas também com as complexas e traiçoeiras intenções de Amora. Magni, o filho de Thor, é uma figura cheia de potencial narrativo, representando o peso das consequências de escolhas passadas e do impacto das realidades alternativas que permeiam a mitologia de Thor. Isso deixa a pergunta: qual é o futuro de Magni dentro da continuidade atual e qual será o impacto de sua existência na vida de Thor?
A Arte de Jan Bazaldua: Um Toque Visual Distinto e Coeso
A arte de Jan Bazaldua continua a ser um dos pontos fortes desta série, mesmo que não seja unanimemente apreciada. Bazaldua traz uma consistência visual à narrativa desde a edição #13, e sua estrutura de painéis continua a ser clara e bem definida. Mesmo que algumas escolhas estilísticas possam não agradar a todos os leitores, é inegável que sua capacidade de manter a narrativa fluindo de maneira coesa é notável. As cores de Matt Hollingsworth, também, continuam a complementar o trabalho de Bazaldua, com um uso inteligente de tons dramáticos e vibrantes que ajudam a sublinhar os momentos emocionais e místicos da trama.
Uma das características mais marcantes na arte de Bazaldua é sua habilidade de capturar a magnitude de Thor e de seus adversários. Mesmo em momentos mais tranquilos, como nas conversas com Donald Blake, a arte transmite uma sensação de grandiosidade, especialmente quando Thor é retratado em suas formas mais poderosas e ameaçadoras.
Reflexões sobre o Personagem de Thor: Perda de Agência e Autonomia
Apesar da natureza espetacular das reviravoltas e da trama épica, um aspecto que tem chamado a atenção de muitos leitores é a falta de agência de Thor na história. Al Ewing, como escritor, está explorando um Thor que, embora possua todos os poderes do universo, parece ser constantemente manipulado pelos outros, como se ele fosse apenas um peão no jogo de forças maiores. Este ponto é crítico, pois Thor, o deus que por tanto tempo foi um símbolo de poder e independência, agora se vê perdido, sendo arrastado de um lado para o outro por outros personagens.
Este tema de ausência de controle e da luta interna de Thor para recuperar sua autonomia é central para a história. Em edições anteriores, ele já enfrentou o jogo de manipulação de Loki, de Mãe Gaea e, agora, da própria Enchantress. A questão que se coloca é: quando será que o Thor finalmente tomará as rédeas de seu próprio destino? Essa falta de controle parece estar tornando o herói cada vez mais vulnerável, e a história de The Immortal Thor está começando a explorar as consequências dessa perda de poder e independência.
Considerações Finais: O Futuro de Thor e o Potencial para Novos Desafios
The Immortal Thor #17 oferece uma trama intrigante e cheia de surpresas, mas também levanta questões sobre o futuro do personagem. Thor, após ser ressuscitado e manipulado pela Feiticeira Escarlate, ainda enfrenta um longo caminho para recuperar sua verdadeira força e, talvez, o controle sobre seu próprio destino. A questão de quem manipula Thor e como ele irá lidar com as escolhas feitas por outros pode ser o próximo grande arco da série.
Embora alguns momentos, como a trapaça de Amora, possam parecer previsíveis, a complexidade das relações entre os personagens e os dilemas pessoais de Thor continuam a oferecer um rico campo de exploração narrativa. O Deus do Trovão terá que lidar não só com inimigos místicos, mas com a batalha interna de quem ele é e o que realmente deseja ser.
A edição, embora falha em algumas áreas de desenvolvimento de personagem, continua a oferecer uma rica narrativa de ação e magia, acompanhada de um trabalho artístico sólido. Com a trama se adensando e as forças cósmicas e mágicas em jogo, The Immortal Thor segue sendo uma leitura essencial para os fãs do personagem e para aqueles que querem ver como Thor, o deus que nunca morre, vai encontrar seu caminho no mundo moderno dos quadrinhos.