“Sleeping Dogs”, estrelado por Russell Crowe como um policial aposentado com doença de Alzheimer, é um intrigante mistério policial. Embora irregular, mal iluminado e sobrecarregado de suspeitos, o filme mantém o espectador observando com sua forma lógica e armadilhada.
Crowe, com barba branca e cabeça raspada, lembra o Papai Noel em sua versão melancólica de motociclista. Ele interpreta Roy Freeman, um ex-policial forçado a entregar seu distintivo após causar um acidente enquanto dirigia embriagado. Agora, Roy enfrenta uma grave demência intermediária. Para ajudar sua memória, ele escreve etiquetas em fita adesiva e as coloca por todo o apartamento, lembrando-se desde seu próprio nome até a localização da água quente.
A influência do filme “Memento” é evidente, mas também é uma coincidência que “Sleeping Dogs” seja lançado apenas uma semana após “Knox Goes Away”, o fascinante thriller de Michael Keaton sobre um assassino de aluguel com demência. Enquanto “Knox Goes Away” é uma obra artística, “Sleeping Dogs”, dirigido e co-escrito por Adam Cooper, parece destinado ao VOD (vídeo sob demanda). No entanto, nem todo filme noir sobre demência tem um ator como Russell Crowe.
A história se desenrola a partir de vários pontos de vista, com cada personagem contribuindo com uma peça do quebra-cabeça. No entanto, mesmo quando o quadro geral se forma, a trama não se torna mais convincente. Um misterioso livro de memórias/manuscrito chamado “The Mirror Effect” é central para a trama, com vários personagens alegando tê-lo escrito. Outros suspeitos incluem o faz-tudo do professor, interpretado por Thomas M. Wright, com um toque de Manson, e o ex-parceiro de Roy, Tommy Flanagan, que parece ter planejado um encobrimento. Além disso, algumas questões permanecem sem resposta: Como Roy pode fazer perguntas complexas sobre mídias sociais desde o início, quando nem consegue lembrar seu próprio nome? E quem tentaria se livrar da arma do crime enterrando-a? 🤔