Apolonia, Apolonia: um retrato íntimo de uma artista em busca de si mesma
No premiado documentário Apolonia, Apolonia, a diretora Lea Glob acompanha a vida da artista francesa Apolonia durante uma década. O filme é um retrato íntimo e instigante de uma mulher complexa e fascinante que está constantemente em busca de si mesma.
Glob nos apresenta Apolonia em 2013, quando ela está prestes a completar 26 anos. A artista é uma figura marcante, com olhos arregalados, cabelos escuros e uma franja que termina abruptamente no meio da testa. Ela se move com uma facilidade impressionante, comandando as salas como um ator de teatro faz com o público do teatro.
A câmera de Glob acompanha Apolonia em sua jornada pessoal e profissional. Vemos ela se mudar para Nova York e depois para Los Angeles em busca de sucesso. Em Los Angeles, ela faz um acordo com Stefan Simchowitz, um negociante de arte que exige que ela produza 10 pinturas por mês. O acordo é exaustivo e Apolonia começa a se desiluir com o processo de se tornar famosa.
Após esse período, Apolonia, Apolonia toma um rumo mais intimista. À medida que a pintora tenta reconstruir sua vida e encontrar inspiração para sua prática, a própria vida de
Glob muda profundamente. A cineasta passa por uma gravidez que quase a mata. Depois de acordar do coma, Glob se torna brevemente objeto de seu próprio projeto.
Esta seção do filme é particularmente reveladora. Glob e Apolonia, mais velhas e experientes, falam mais explicitamente sobre o que significa habitar um corpo e como a maternidade muda sua atitude em relação ao trabalho. Aqui, o documentário liberta-se de alguns dos seus impulsos obedientes, entregando-se ao desgaste da passagem do tempo e de uma vida vivida.
O encanto de Apolonia nunca é mais evidente do que na seção final do filme, em que ouvimos as conversas telefônicas de Glob e Apolonia. Apolonia não é mais apenas um sujeito, mas uma confidente. Ela puxou não apenas Glob, mas também nós, para sua órbita.
Apolonia, Apolonia é um filme poderoso e inesquecível. É um retrato honesto e comovente de uma artista que está constantemente se reinventando.