Poor Things (2023) - Crítica

Em seu drama psicológico de 2009, “Dogtooth”, o cineasta grego Yorgos Lanthimos explorou o conceito perturbador do desejo dos pais de prender os filhos numa infância perpétua, criando um mundo artificial e controlado para eles. O filme acompanhou a rotina disfuncional e bizarra de um empresário rico, da sua esposa dócil e dos seus filhos adultos gravemente infantilizados, que nunca saíram dos limites da casa de sua família e que desconheciam completamente a realidade fora de sua cerca. 



A razão para essa folie a troix das crianças era tão simples quanto sombria: eles eram vítimas de uma manipulação cruel e sistemática por parte de sua mãe e seu pai, que inventavam regras absurdas e mentiras sobre o mundo exterior.

Em seu novo filme, “Poor Things”, Lanthimos retoma esse tema com uma abordagem diferente, mas igualmente perturbadora. 

O filme se passa na Londres vitoriana e conta a história de Godwin Baxter (Willem Dafoe), um cirurgião gravemente desfigurado que mantém sua única filha, Bella (Emma Stone), guardada com segurança dentro dos muros de sua imponente casa. Bella é uma adulta que se comporta como uma criança inocente e curiosa, mas seu caso não é fruto do isolamento, e sim da experimentação. 

Ela é o resultado de um ato macabro de Godwin, que implantou o cérebro de um bebê recém-nascido dentro do crânio do cadáver fresco de uma mulher que saltou para a morte do topo da Ponte de Londres.

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