No filme "She Came to Me", a escritora/diretora Rebecca Miller consegue fazer com que personagens complexos e elevados pareçam autênticos e relacionáveis.
A configuração poderia funcionar como farsa ou tragédia, mas Miller a mantém levemente equilibrada entre esses extremos. O filme é lindamente interpretado e dirigido com grande charme, sabedoria inesperada e doçura.
O filme não é previsível, o que pode incomodar alguns espectadores. Mas para muitos, isso será um bônus. No filme anterior de Miller, "O Plano de Maggie", a personagem principal é uma jovem idealista e calorosa que se apaixona por um professor de literatura casado. Aqui, Miller novamente nos dá alguns personagens que são pretensiosos em relação à arte, carentes e atraídos pela ideia de amor, mas não muito bons em pensar na realidade de um relacionamento do dia a dia.
Peter Dinklage é brilhante como Steven, um compositor de ópera que está lutando contra um bloqueio criativo. Ele é casado com Patrícia, uma terapeuta que é sua antítese. Patricia é organizada, controladora e precisa de tudo em seu lugar. Ela é uma mãe amorosa, mas também é distante e crítica.
Quando Steven conhece Katrina, uma capitã de rebocador, ele se sente atraído por sua energia e sua falta de filtros. Katrina é uma mulher complexa e cheia de segredos. Ela é impulsiva e apaixonada, mas também é manipuladora e perigosa.
O relacionamento entre Steven e Katrina é turbulento, mas também é inspirador. Steven finalmente encontra a inspiração para sua ópera, e Katrina começa a se entender melhor.
O filme termina com uma nota de esperança e otimismo. Os personagens aprendem a aceitar seus defeitos e a seguir seus corações.