O documentário Era uma vez na Irlanda do Norte (BBC Two) traz relatos impressionantes sobre o conflito que marcou a história do país. Um deles é o de Michael McConville, que perdeu sua mãe, Jean McConville, em 1972.
Ela foi sequestrada pelo IRA em sua casa em Belfast, diante de seus oito filhos pequenos, que ficaram órfãos.
O corpo dela só foi encontrado 30 anos depois, enterrado em uma praia. Segundo Michael, ela foi acusada de ajudar um soldado britânico ferido que encontrou na rua.
A série, dirigida por James Bluemel, tem cinco episódios e mostra diferentes perspectivas sobre os problemas. Entre os entrevistados, há ex-membros do IRA e de grupos paramilitares leais à coroa britânica, que refletem sobre suas ações e sentimentos. Há também ex-soldados britânicos que participaram do conflito.
E há os familiares das vítimas, como a esposa de John Proctor, um policial assassinado no hospital onde visitava seu filho recém-nascido, e a filha de Joe McDonnell, um grevista de fome que morreu em 1981 e que é considerado um herói por ela. "Meu pai", ela repete com emoção.
O documentário utiliza imagens de arquivo, algumas delas chocantes. Uma delas mostra uma jovem católica de 19 anos que foi coberta de alcatrão e penas por se relacionar com um soldado britânico. Outra mostra mães que afirmam que fariam o mesmo com suas filhas se elas cometessem tal ato.