Conectadas - Clara Alves - Resenha

Raíssa é doida por jogos de computadores. Para evitar sofrer com o assédio e o machismo dos demais jogadores gamers e poder jogar seus games em paz, Raíssa cria um avatar fake de um garoto. Ao conhecer Ayla, que está sofrendo pelas mesmas questões, sua intenção era apenas ajudá-la a se sentir mais confortável no ambiente do jogo. Contudo, a relação entre as duas se desenvolve de forma que ambas se apaixonem — e sem deixar espaço para Raíssa contar que na verdade é. 

O restante dos capítulos do livro se alternam de acordo com as narrativas em primeira pessoa de Ayla e Raíssa, de forma a ser possível ao leitor acompanhar os conflitos de cada uma. Também, são apresentadas entre os capítulos as conversas entre as garotas, ora pelo chat do jogo, ora pelo Skype. Além do recurso trazer uma maior agilidade — e embelezar as páginas por conta da diagramação —, garante também uma maior proximidade com as personagens e possibilita que conheçamos o desenvolvimento da relação entre elas — as conversas se dão desde quando se conheceram e, portanto, não acompanham o tempo cronológico da narrativa, situado alguns meses depois.

Eu sabia, é a primeira coisa que vou dizer sobre esse livro. Assim que a seguinte lançou a sinopse, eu mandei mensagem para a Lê e falei, “eu preciso desse livro”. Sim, eu precisava porque estava me sentindo ligada a história.

A primeira coisa que pensei foi: ela tá falando do fake? Eu sempre expliquei o fake como: RPG no Orkut ou The Sims no Orkut, porque era isso. Criávamos personagens e vivíamos essa vida desse personagem no Orkut. É a melhor forma de explicar.

Mas voltando ao assunto do eu sabia. Recentemente a Seguinte lançou um vídeo da Clara (já sou íntima, quero ser sua amiga) falando sobre cinco curiosidades de “Conectadas” e eis que a segunda é: “a história foi inspirada no fake”. Vi esse vídeo antes de terminar o livro, então quando cheguei ao final, li que lá ela falava sobre a inspiração no fake.

A personagem Clara consegue abordar temas importantes durante os capítulos, a aceitação pessoal por exemplo. Ver como a Raíssa passa por esse processo de aceitação da própria sexualidade e de ficar em paz com isso. Além de Raíssa e Ayla temos outro personagem muito importante e que também aborda um tema bem importante: assexualidade e área cinza.

Uma coisa que adorei em “Conectadas” foi como a autora abordou a aceitação da família. Essa era uma parte que me deixou bem receosa, e que quando chegou gostei do desfecho que foi dado.

Toda essa trama é focada muito em Raíssa e Ayla, mas Leo e Gabi (melhores amigos de Raíssa) possuem uma história bem bacana e que me deixou um pouco curiosa – se estou querendo livros para os dois? Sim eu quero.

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